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9701414/9701415 Tradução do inglês - Esaf

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Na prática, nem os impostos de renda nem os impostos sobre o consumo logram<br />

atingir com precisão as bases pretendidas. As fontes da renda passíveis de tributação não<br />

constituem um indica<strong>do</strong>r perfeito da capacidade contributiva. Um levantamento completo <strong>do</strong><br />

potencial contributivo deveria incluir o uso <strong>do</strong> tempo e <strong>do</strong>s recursos produtivos no lazer e em<br />

outras atividades alheias ao merca<strong>do</strong>. Como esses recursos poderiam ter si<strong>do</strong> emprega<strong>do</strong>s em<br />

atividades remuneradas, fazem parte da capacidade contributiva <strong>do</strong> indivíduo.<br />

Analogamente, nem sempre é eficaz usar o imposto de consumo para taxar a utilização direta<br />

<strong>do</strong> tempo e <strong>do</strong>s recursos pertencentes diretamente ao consumi<strong>do</strong>r.<br />

Outro problema refere-se ao tratamento das <strong>do</strong>ações e lega<strong>do</strong>s no âmbito de um<br />

imposto sobre a despesa. Caso sejam considera<strong>do</strong>s como consumo por parte <strong>do</strong> <strong>do</strong>a<strong>do</strong>r,<br />

deveriam ser incorpora<strong>do</strong>s ao cálculo das obrigações tributárias deste. Por outro la<strong>do</strong>, como a<br />

mera transferência de propriedade não reduz o montante de bens e serviços disponíveis, os<br />

lega<strong>do</strong>s e <strong>do</strong>ações poderiam ser considera<strong>do</strong>s isentos de implicações tributárias. O primeiro<br />

tratamento seria coerente com uma definição individualista da unidade de tributação.<br />

O segun<strong>do</strong> poderia basear-se na escolha da dinastia como objeto da tributação.<br />

É comum argumentar que sob a ótica <strong>do</strong> ciclo de vida um imposto sobre a despesa<br />

equivale a um imposto sobre a folha de pagamento. Por conseguinte, afirma-se que um<br />

imposto sobre a despesa onera injustamente os assalaria<strong>do</strong>s. No entanto, esta equivalência só<br />

se mantém se forem satisfeitas certas condições muito restritivas, a saber: que não haja<br />

riqueza inicial quan<strong>do</strong> da introdução <strong>do</strong> imposto sobre a despesa, que não se possa legar<br />

riqueza no futuro e que nenhum <strong>do</strong>s impostos tenha estrutura de alíquotas progressiva. Neste<br />

caso, a única fonte primária de renda durante toda a vida de uma pessoa é o trabalho, e toda a<br />

renda acabará forçosamente sen<strong>do</strong> gasta em consumo. Portanto, o valor atualiza<strong>do</strong> da<br />

despesa tem de ser igual ao valor atualiza<strong>do</strong> <strong>do</strong>s rendimentos <strong>do</strong> trabalho. Todavia, quan<strong>do</strong><br />

se leva em conta a existência de um estoque inicial de riqueza, um imposto sobre a despesa<br />

equivale, de fato, a um imposto único sobre a riqueza inicial e um imposto sobre a folha de<br />

pagamento combina<strong>do</strong>s. Ademais, quan<strong>do</strong> as <strong>do</strong>ações e os lega<strong>do</strong>s são tributa<strong>do</strong>s como<br />

consumo, repete-se a taxação inicial da riqueza existente cada vez que esta é transferida.<br />

Finalmente, se as alíquotas tributárias forem progressivas, o valor atualiza<strong>do</strong> das obrigações<br />

tributárias dependerá da distribuição <strong>do</strong> consumo no decorrer <strong>do</strong> tempo. A concentração <strong>do</strong><br />

consumo em alguns perío<strong>do</strong>s em geral faz com que a obrigação tributária seja maior <strong>do</strong> que<br />

se houvesse uma distribuição equilibrada ao longo <strong>do</strong> tempo. Portanto, numa situação de<br />

progressividade a equivalência entre os impostos sobre o consumo e sobre o trabalho não se<br />

manterá — mesmo que ambos tenham a mesma estrutura de alíquotas —, caso a distribuição<br />

temporal <strong>do</strong>s rendimentos <strong>do</strong> trabalho difira daquela da despesa de consumo. Portanto, um<br />

imposto sobre o consumo, se emprega<strong>do</strong> corretamente, nem sempre discrimina entre o<br />

trabalho e outras fontes de renda.<br />

Aplicação de um Imposto sobre o Consumo Pessoal

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