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9701414/9701415 Tradução do inglês - Esaf

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Krugman 21 argumenta que, para elaborar políticas estratégicas de comércio, os<br />

governos devem ter amplo conhecimento de muitos detalhes que possivelmente estão fora <strong>do</strong><br />

seu alcance. Além <strong>do</strong> mais, os efeitos das políticas estratégicas de comércio em termos de<br />

equilíbrio geral são incertos. Como a promoção de um determina<strong>do</strong> setor implica a retirada<br />

de recursos de outros setores, a permanência de políticas estratégicas de comércio em setores<br />

básicos tende a gerar distorções intersetoriais e intertemporais significativas. Análises<br />

empíricas baseadas em modelos de equilíbrio geral indicam perdas substanciais de eficiência<br />

que normalmente excedem os ganhos das políticas estratégicas de comércio. 22 Além disso, a<br />

adesão a políticas de concessão de subsídios e protecionismo a setores cria incentivos<br />

poderosos para o comportamento <strong>do</strong> tipo rent seeking e para as pressões <strong>do</strong>s grupos de<br />

interesse. Na prática, no contexto de políticas discricionárias, os governos tendem a não<br />

resistir a lobbies e a políticas de grupos de interesse. Muitos economistas, que em princípio<br />

justificariam o protecionismo em certos casos seleciona<strong>do</strong>s, consideram a implementação<br />

adequada de uma proteção seletiva politicamente inviável. Em conseqüência, a melhor<br />

política possível pode ser o estabelecimento de uma política global de livre comércio. 23<br />

Como Medir o Viés de um Regime de Comércio: Proteção Nominal e Efetiva<br />

A imposição de tarifas sobre bens importa<strong>do</strong>s aumenta o preço interno desses bens.<br />

Quan<strong>do</strong> existem produtores internos <strong>do</strong> mesmo bem, as tarifas os protegem da concorrência<br />

internacional. Esse efeito é muitas vezes o principal objetivo da tarifa. Mesmo que não seja<br />

este o seu principal objetivo — ver abaixo — a proteção das indústrias internas será, até<br />

certo ponto, um efeito colateral inevitável. As políticas protecionistas concedem diferentes<br />

graus de proteção aos diversos setores. Assim, os setores de substituição de importações são<br />

geralmente favorecidas pela proteção, ao passo que os exporta<strong>do</strong>res e produtores de bens<br />

não-comerciáveis tendem a sair prejudica<strong>do</strong>s. Por conseguinte, os regimes de comércio<br />

exterior distorcem os incentivos ao direcionar a distribuição interna <strong>do</strong>s recursos. A<br />

avaliação <strong>do</strong> viés de um regime de comércio exterior exige muitas vezes a quantificação da<br />

proteção que ele dispensa a diferentes setores.<br />

21 Ver Krugman (1987b).<br />

22 Ver Baldwin (1992).<br />

23 Ver Harberger (1990).

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