26.04.2013 Views

9701414/9701415 Tradução do inglês - Esaf

9701414/9701415 Tradução do inglês - Esaf

9701414/9701415 Tradução do inglês - Esaf

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

A Defesa <strong>do</strong> Livre Comércio<br />

- 443 -<br />

O argumento tradicional em favor <strong>do</strong> livre comércio remonta às origens da ciência<br />

econômica e às idéias de Adam Smith e David Ricar<strong>do</strong>. Pode-se considerar o comércio<br />

internacional apenas como mais uma atividade de transformação à disposição da economia<br />

nacional: as exportações se transformam em importações de acor<strong>do</strong> com os seus preços<br />

internacionais relativos. Do ponto de vista <strong>do</strong>s consumi<strong>do</strong>res, o comércio internacional<br />

amplia o leque de bens e serviços a que eles podem ter acesso mediante a redução de preços<br />

ou o lançamento de novos produtos, ou pela combinação dessas duas alternativas. Do ponto<br />

de vista da eficiência na produção, o livre comércio permite e estimula a especialização em<br />

atividades e tecnologias em que o país possui vantagens comparativas. O produto dessas<br />

atividades pode então ser comercializa<strong>do</strong> em troca de merca<strong>do</strong>rias em que a produção interna<br />

é relativamente ineficiente. Dessa forma, o livre comércio possibilita uma melhor alocação<br />

de recursos, com o corolário de que o bem-estar aumenta. Observe-se que os países<br />

conseguem um bem-estar mais eleva<strong>do</strong> com o livre comércio <strong>do</strong> que com a proteção, mesmo<br />

quan<strong>do</strong> os seus parceiros comerciais a<strong>do</strong>tam políticas protecionistas. Este argumento<br />

clássico em favor <strong>do</strong> livre comércio baseia-se nos mesmos fundamentos que o argumento em<br />

favor da alocação de recursos pelo merca<strong>do</strong> e contra a intervenção <strong>do</strong> governo no processo<br />

de determinação de preços — as tarifas sobre importação e as práticas protecionistas são<br />

apenas um caso específico de distorções de preço e restrições ao comércio. À semelhança<br />

<strong>do</strong>s argumentos em favor <strong>do</strong>s merca<strong>do</strong>s livres, ele permanece no âmago da teoria econômica<br />

<strong>do</strong>minante e passou por numerosos aperfeiçoamentos. 4<br />

Todavia, muitos economistas acreditam que o argumento clássico não apreende<br />

alguns <strong>do</strong>s principais ganhos que um país pode obter com políticas de livre comércio.<br />

Os argumentos convencionais em favor <strong>do</strong> livre comércio são de natureza estática, embora<br />

exista a crença difusa de que o comércio internacional e o crescimento econômico guardam<br />

estreita relação entre si. As novas teorias <strong>do</strong> crescimento econômico procuram identificar as<br />

políticas e os elementos <strong>do</strong> ambiente econômico que são essenciais para a consecução, não<br />

apenas <strong>do</strong> uso mais eficiente <strong>do</strong>s recursos existentes, mas também de uma taxa mais elevada<br />

de crescimento da produção no longo prazo. Na teoria tradicional <strong>do</strong> crescimento, a remoção<br />

de políticas ineficientes, como as barreiras ao comércio, poderia ocasionar um aumento<br />

temporário no nível da produção, mas possivelmente sem afetar a sua taxa de crescimento no<br />

longo prazo. Já as teorias recentes <strong>do</strong> crescimento demonstram como o livre comércio pode<br />

contribuir significativamente para aumentar de forma permanente a taxa de crescimento da<br />

economia. 5<br />

4 Para uma exposição abrangente, ver Corden (1974) e Dixit (1985).<br />

5 Para uma visão geral <strong>do</strong>s vínculos entre estratégias de comércio orienta<strong>do</strong> para o merca<strong>do</strong><br />

externo e crescimento econômico, ver International Monetary Fund (1993), capítulo VI.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!