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9701414/9701415 Tradução do inglês - Esaf

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Os impostos sobre o comércio exterior não são os melhores instrumentos de aumento<br />

de receita. Pode-se demonstrar que uma combinação de impostos internos cuja incidência<br />

não faça distinção entre produtos nacionais e estrangeiros e que gerem a mesma receita reduz<br />

a perda de eficiência. 8 Quan<strong>do</strong> o objetivo de aumento da receita é imperativo, os impostos<br />

necessários devem ser concebi<strong>do</strong>s de mo<strong>do</strong> a minimizar as perdas de eficiência e de<br />

potencial de crescimento. As perdas de eficiência geradas por impostos sobre o comércio<br />

internacional derivam da “cunha” que eles introduzem entre os preços externos e internos.<br />

O viés orienta<strong>do</strong> para o merca<strong>do</strong> interno que eles acarretam pode produzir grandes<br />

ineficiências e prejudicar seriamente o crescimento. A tributação interna, como os impostos<br />

de consumo ou de renda, pode atender à meta da receita com alíquotas mais baixas, bases<br />

mais amplas e sem o viés protecionista. Os impostos sobre o consumo interno também<br />

podem recair sobre as importações na fronteira. Esta alternativa cumpre a função de receita<br />

da tarifa e é igualmente fácil de administrar, sem proteger os produtores internos. Da mesma<br />

forma, é melhor formular os impostos sobre itens supérfluos como impostos seletivos de<br />

consumo — cobra<strong>do</strong>s na fronteira quan<strong>do</strong> aplica<strong>do</strong>s às importações — <strong>do</strong> que como tarifas.<br />

No entanto, o argumento contra as tarifas enquanto instrumento de aumento da<br />

receita se apóia na disponibilidade da tributação interna neutra em relação ao comércio<br />

exterior. Em certos casos, os impostos internos não existem e precisam de um perío<strong>do</strong> de<br />

implementação ou não podem ultrapassar os níveis atuais. Um argumento em favor <strong>do</strong>s<br />

impostos sobre o comércio exterior é o seu custo administrativo mais baixo. O World<br />

Development Report (Relatório sobre o Desenvolvimento Mundial) 9 estima que os custos<br />

administrativos da cobrança de impostos sobre comércio exterior se situem entre 1% e 3%<br />

<strong>do</strong> imposto arrecada<strong>do</strong>. Os custos correspondentes para o IVA e o imposto de renda são<br />

estima<strong>do</strong>s em 5% e 10%, respectivamente. Portanto, os países tolhi<strong>do</strong>s por administrações<br />

tributárias fracas, instituições de merca<strong>do</strong> imaturas e falta de pessoal qualifica<strong>do</strong> e de<br />

sofisticação contábil <strong>do</strong>s contribuintes recorrem às tarifas como um méto<strong>do</strong> relativamente<br />

simples de aumentar a receita. Dessa forma, pressões orçamentárias combinadas com o<br />

número excepcionalmente baixo de impostos de fácil aplicação podem determinar o uso de<br />

impostos sobre o comércio para fins de receita.<br />

8<br />

Uma apresentação padrão <strong>do</strong> argumento que respalda a superioridade da tributação interna<br />

encontra-se em Dixit (1985).<br />

9 Ver World Bank (1988).

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