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COLETÂNEA BITEC2008-2010 - CNI

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8ª EDIÇÃO 291Já na época do pós-Primeira Guerra Mundial, o comportamento e o estilo de vida da década de1910 sofreram mudanças e a tradição passava a ser trocada pela cultura de massa. Então, aquele tecidoque antes estava vinculado às massas, passou a estar vinculado em outras esferas. Isto também podeser visto entre as mulheres, pois com a liberação feminina da década de 1920, já era notório mulheresfumando e usando calças compridas na década de 1930 (CATOIRA, 2006).Quando o brim passou a ser usado em praticamente todos os tipos de roupa, na década 1940, osfilmes de heróis americanos do velho oeste representaram o figurino dos vaqueiros usando o tecido nocinema. Com o título de heróis de guerra, os soldados americanos também se tornaram populares naEuropa quando retornaram da batalha, fazendo que as calças azuis fossem mais uma vez notadas.O jovem americano, no entanto, encontrava-se em total situação de inconformismo após a SegundaGuerra. A juventude vivia em uma fase de total ruptura com padrões sociais.Difundido e apropriado pelos meios de massa, o jeans passou a ser ícone de classes trabalhadoras eminoritárias e de personagens aventureiros e ousados nos cinemas. Além de ter sido adotado pelos motociclistasque aterrorizavam as estradas da Califórnia em suas motos Harley-Davidson (como os Hell´s Angels,por exemplo), o jeans passou a ser usado pela “juventude transviada” como símbolo de sua rebeldia marginal.Paralelos a esse estado de espírito, surgem grupos como os beatniks (Estados Unidos) e Teddy boys (Inglaterra).Os filmes de Hollywood investiam no momento de subversão na década de 1950. Elvis Presleydançava o rock´n roll com jeans e James Dean e Marlon Brando interpretavam a “juventude transviada”também usando calças no tecido azul. Marilyn Monroe interpretava o papel de sexy trabalhadora reforçandoo uso da peça no vestuário da classe feminina que cada vez mais reivindicava seus direitos.O jeans tornava-se parceiro inseparável doindivíduo contestador, desprivilegiado e marginalfortemente representado pela juventude e pelasformações de tribos. Recebia diversas versões deacordo com o grupo e os seus ideais, porém eratraje oficial de todas as manifestações culturais.De custo barato e acessível a todos, surgiu emversão hippie suja e desgastada artesanalmentepor hipoclorito de sódio, simbolizando oposição àobediência ao sistema. Passou também a ser bordadoe ornamentado. Surgiam os primeiros efeitose as primeiras Figura 7: Marilyn Monroe usando calças Levi´s no set de The Misfits.customizações.Vieram os Beatles, Bob Dylan, Jimi Hendrix, Janis Joplin. Vieram existencialistas, hippies, progressivos,punks, yuppies, darks, new waves, pós-modernos etc. E todos incorporaram o jeans. Veículo de comunicaçãode diversas leituras e versões, passou a caracterizar cada vez mais os movimentos que surgiram.Foi a escolha de antimoda para aqueles que estavam preocupados somente com seus ideais e não como vestir, foi subversivo e marginal para aqueles que detestavam regras e normas sociais, foi rústico emasculino para mulheres que faziam revoluções sexuais por direitos iguais, tornando-se peça-chave erepresentativo essencial de atitude urbana de classes revolucionárias.

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