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COLETÂNEA BITEC2008-2010 - CNI

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50 COLETÂNEA BITEC 2008-<strong>2010</strong>A flor da castanheira possui uma estrutura especial, sendo polinizada apenas por abelhas grandes(dos gêneros Xilocopa e Bombus) capazes de abrir a flor e promover a troca de pólen, fenômeno esteessencial para a árvore produzir frutos. Outra interação forte ocorre com as cutias (Dasyprocta spp.) e osmacacos cairara e prego, os quais são responsáveis por grande parte da dispersão de sementes.Os roedores como a paca (Agouti paca) e a própria cutia gostam tanto da castanha que além decomer as sementes retiradas dos ouriços conseguem encontrar as mudinhas e comer a semente queestá enterrada, causando a perda de novas plantas por predação (WADT, 2005).3.2.1.6 Exploração e propagação da espécieA exploração de castanheiras nativas é proibida por lei, este processo causa significativa redução de castanhaisnativos, o que fez que essa espécie fosse incluída na “Lista Oficial de Espécies da Flora BrasileiraAmeaçadas de Extinção” (MÜLLER et al., 1995). No entanto, apenas a proibição do abate não faz que acastanheira permaneça viva, pois a transformação da floresta em áreas agrícolas, por meio do desmatamentoe da queima, faz que os castanhais nativos pereçam nesses locais, aliado também à falta decondições para a sobrevivência do polinizador (OHASHI; DANIEL; COSTA, 1995).Sua árvore pode ser cultivada para projetos de reflorestamento tanto em plantios puros quantoem sistemas consorciados (SILVA, 2006). Além disso, ao lado de outras essências florestais, a castanhado-Brasilé excelente alternativa para reflorestamento de áreas degradadas de pastagens ou de cultivosanuais, tanto para produção de frutos, quanto para extração de madeira (MÜLLER, 1982).O cultivo dessa árvore pode ser feito naturalmente por meio de reprodução sexuada ou assexuada(OHASHI; DANIEL; COSTA, 1995). Na sexuada, a germinação de sementes é um dos maiores problemasna formação de mudas da espécie, ocorrendo normalmente de 12 a 18 meses após a semeadura (PRO-DUTOS POTENCIAIS DA AMAZÔNIA, 1998).Segundo Wadt (2005), a lentidão no processo de germinação deve-se à casca que a envolve. Estefato é considerado como um dos principais determinantes na falta de interesse na formação de cultivosracionais dessa espécie (MÜLLER et al., 1980).No que diz respeito ao processo de semeadura, Muller et al. (1995) não recomenda a semeadura diretano campo, não só pela dificuldade de germinação das sementes como pela possibilidade de ocorrerem danoscausados por roedores e insetos do solo. Quanto à propagação assexuada, Muller et al. (1995) utilizou combastante sucesso a enxertia na implantação de cultivos racionais com o objetivo da produção de castanha.Segundo Fachinello et al. (2005), na produção comercial de mudas, a propagação assexuada é, porvezes, mais importante que a propagação sexuada por diversas razões, entre elas pode-se destacar o fatode esse tipo de propagação ser mais rápido que a propagação via sementes, seu período improdutivoé mais curto, além de permitir a produção de plantas idênticas à planta mãe, o que é importante napreservação das características agronômicas desejáveis e seleção de plantas matrizes.No entanto, segundo Pereira (1980), a reprodução assexuada via estaquia apresenta dificuldadesde enraizamento. Em espécies de enraizamento difícil, geralmente todas as raízes originam-se do tecidocicatricial que é formado após o corte; vários fatores internos e ambientais influenciam no sucesso doenraizamento, entre eles estão: explantes, estado fisiológico, teor de água, umidade, temperatura, luminosidadee sanidade (FLORIANO, 2004).

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