88 7.2. Analisando os resultados Figura 7.2: Ajuste não gaussiana da função <strong>de</strong> correlação. A figura apresenta dois dos três gráficos mostrados na figura 6.5 do capítulo anterior, mas, aqui, além do melhor ajuste gaussiano, vemos também o ajuste não gaussiano que, <strong>de</strong>vido aos seus dois parâmetros livres, é mais a<strong>de</strong>quado <strong>para</strong> reproduzir o perfil <strong>de</strong> fc (τ).
7. Conclusões e discussões 89 7.2.2 Médias temperada, recozida e aproximação isotrópica Com <strong>um</strong>a alta confiabilida<strong>de</strong> nos resultados obtidos <strong>para</strong> os parâmetros µ, σ 2 λ e τ (k) c , po<strong>de</strong>mos discutir até que ponto as aproximações empregadas nas etapas do <strong>de</strong>senvolvimento da teoria relacionam-se com a diferença observada. A primeira aproximação que utilizamos foi a discutida na seção 3.1 e que consistiu em aproximar o expoente <strong>de</strong> <strong>Lyapunov</strong> verda<strong>de</strong>iro, ou temperado, pelo expoente recozido, comutando a or<strong>de</strong>m em que as operações <strong>de</strong> média e <strong>de</strong> logaritmo são efetuadas: λ = lim t → ∞ 1 2t ln ξ (t;x0, ξ 0) 2 lim t → ∞ 1 2t ln ξ (t;x0, ξ 0) 2 (7.2) O Método Estocástico é construído baseado no expoente recozido, portanto os resultados obtidos com a teoria são referentes ao expoente λ ⋆ , que não é o expoente <strong>de</strong> <strong>Lyapunov</strong> verda<strong>de</strong>iro λ. Embora exista <strong>um</strong>a relação formal entre ambos, é mais seguro aqui interpre- tarmos o expoente λ ⋆ não como <strong>um</strong>a aproximação <strong>de</strong> λ, mas como <strong>um</strong>a generalização. Desta forma, <strong>de</strong>ixamos <strong>de</strong> questionar a valida<strong>de</strong> da aproximação (7.2) e passamos interpretá-la no sentido prático: <strong>para</strong> os sistemas que apresentam valores próximos <strong>para</strong> os expoentes λ e λ ⋆ , o Método Estocástico é capaz <strong>de</strong> fornecer <strong>um</strong>a estimativa <strong>para</strong> o expoente <strong>de</strong> <strong>Lyapunov</strong> verda<strong>de</strong>iro. Para o nosso sistema em particular, a proximida<strong>de</strong> entre os valores <strong>de</strong> λ e λ ⋆ foi verificada, como observamos na figura 2.5 da seção 2.4. O mesmo resultado se repetiu <strong>para</strong> o caso do HMF [2] e do αXY [3] , o que torna o Método Estocástico <strong>um</strong>a teoria, em princípio, a<strong>de</strong>quada <strong>para</strong> estimar o expoente <strong>de</strong> <strong>Lyapunov</strong> λ <strong>para</strong> estes três sistemas. Conforme discutido nas seções 3.7 e 3.8, a base que expan<strong>de</strong> a média da matriz <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> é composta por seis matrizes. Como resultado, o Método Estocástico associa o expoente <strong>de</strong> <strong>Lyapunov</strong> máximo com os autovalores <strong>de</strong> <strong>um</strong>a matriz 6 × 6 (ver Eq (3.56)). Esta <strong>de</strong>scrição em termos <strong>de</strong> seis matrizes é possível <strong>de</strong>vido à isotropia <strong>de</strong> nosso sistema, que nos permite expressar médias envolvendo a hessiana, presentes em matrizes originalmente com 6N × 6N elementos, como mostradas no par <strong>de</strong> equações (3.48). Na seção 3.9, discutimos a apro- ximação isotrópica que consiste em restringir à meta<strong>de</strong> a dimensão da base e que nos per- mite obter λ em função dos autovalores da matriz 3 × 3 apresentada na equação (3.58). Como comentamos na introdução, inicialmente suspeitávamos que <strong>para</strong> <strong>um</strong> sistema intera- gindo com <strong>um</strong> potencial do tipo <strong>Lennard–Jones</strong>, a aproximação isotrópica po<strong>de</strong>ria ser muito forte, resultado que nos obrigaria a buscar <strong>um</strong>a base maior. Contudo, como <strong>de</strong>monstrado no apêndice A, o erro cometido ao passarmos <strong>de</strong> <strong>um</strong>a <strong>de</strong>scrição em termos <strong>de</strong> <strong>um</strong>a matriz 6 × 6 <strong>para</strong> <strong>um</strong>a 3×3 é da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 1/N, o qual não justifica a diferença observada nos resultados finais <strong>para</strong> o expoente <strong>de</strong> <strong>Lyapunov</strong>.