Expoente de Lyapunov para um Gás de Lennard–Jones - CBPFIndex
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2. <strong>Expoente</strong> <strong>de</strong> <strong>Lyapunov</strong> 9<br />
Formalmente a dinâmica do vetor ξ ocorre no espaço tangente Tx(t)M do espaço <strong>de</strong> fa-<br />
ses M e, por isso, ξ é chamado <strong>de</strong> vetor tangente. O que acabamos <strong>de</strong> fazer é o procedimento<br />
usual <strong>de</strong> linearização utilizado ao estudarmos a estabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sistemas dinâmicos não li-<br />
neares na vizinhança <strong>de</strong> pontos <strong>de</strong> equilíbrio. Notar, no entanto, que nestes casos a matriz<br />
jacobiana ∇XH(x) é calculada n<strong>um</strong> ponto específico ao passo que na equação (2.6) ela é<br />
calculada ao longo da trajetória x = x (t) não sendo, portanto, constante. Para enfatizar<br />
esta <strong>de</strong>pendência temporal, reescreveremos a equação (2.6) da seguinte maneira:<br />
<br />
<br />
˙ξ (t) = A(t) ξ (t) com: A(t) = ∇XH(x) <br />
<br />
x(t)<br />
(2.7)<br />
Para sermos mais precisos, <strong>de</strong>veríamos escrever A = A(t;x0) em virtu<strong>de</strong> da <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> A<br />
em termos do gradiente <strong>de</strong> XH na trajetória x = x (t;x0) . No entanto, por simplicida<strong>de</strong>,<br />
explicitaremos apenas o t mas sem per<strong>de</strong>rmos <strong>de</strong> vista que a solução <strong>de</strong> (2.7) resulta n<strong>um</strong><br />
vetor ξ = ξ (t;x0, ξ 0).<br />
É oportuno comentarmos que, <strong>para</strong> o caso em que os elementos da<br />
matriz A(t) são periódicos, seria possível, em princípio, resolver o sistema (2.7) (Método <strong>de</strong><br />
Floquet, ver Meirovitch [5] , Ott [22] , entre outros). Contudo, periodicida<strong>de</strong> não constitui<br />
<strong>um</strong>a regra <strong>para</strong> sistemas hamiltonianos no geral.<br />
A evolução <strong>de</strong>talhada <strong>de</strong> <strong>um</strong> sistema constituído <strong>de</strong> muitas partículas (com muitos graus<br />
<strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>) é muito sensível a mudanças nas condições iniciais. Tais sistemas apresentam<br />
órbitas x (t) instáveis, com perturbações que crescem exponencialmente com o tempo:<br />
ξ (t) ∝ e λt<br />
(2.8)<br />
on<strong>de</strong> ξ é a norma euclidiana do vetor ξ que, <strong>de</strong> acordo com sua <strong>de</strong>finição (2.4), me<strong>de</strong> a<br />
se<strong>para</strong>ção entre as duas trajetórias como função do tempo no espaço <strong>de</strong> fases <strong>de</strong> dimensão 2n:<br />
ξ (t) =<br />
<br />
<br />
<br />
2n <br />
i= 1<br />
ξ 2<br />
i (t) (2.9)<br />
A equação (2.8) <strong>de</strong>screve <strong>um</strong> crescimento assintótico da norma dos vetores tangentes. Desta<br />
forma, <strong>de</strong>fine-se o <strong>Expoente</strong> <strong>de</strong> <strong>Lyapunov</strong> λ <strong>de</strong> acordo com o limite:<br />
λ = lim<br />
t → ∞<br />
1<br />
t<br />
ln ξ (t)<br />
ξ (0)<br />
(2.10)<br />
que fornece <strong>um</strong>a medida quantitativa <strong>para</strong> taxa assintótica <strong>de</strong> divergência exponencial entre<br />
duas trajetórias inicialmente próximas no espaço <strong>de</strong> fases. O inverso <strong>de</strong> λ possui dimensão<br />
<strong>de</strong> tempo, em particular λ −1 indica o menor intervalo <strong>de</strong> tempo que caracteriza a instabi-<br />
lida<strong>de</strong> dinâmica. A existência do limite mostrado em (2.10) é assegurado pelo teorema <strong>de</strong><br />
Ose<strong>de</strong>lec (ver [23,24]). O teorema <strong>de</strong> Ose<strong>de</strong>lec assegura também que, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da<br />
infinida<strong>de</strong> <strong>de</strong> escolhas possíveis <strong>para</strong> os vetores iniciais x0 e ξ 0 , o expoente λ po<strong>de</strong> ass<strong>um</strong>ir