Número Especial: FAEEBA 25 anos PPGEduC 10 anos - Uneb
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nacional; além da nova Constituição Federal e as<br />
constituições estaduais dela decorrentes. Neste<br />
movimento, foram re-estabelecidos os quadros do<br />
novo ordenamento jurídico, que consagrou a volta<br />
ao Estado de Direito, reafirmando os valores democráticos<br />
e o respeito aos direitos hum<strong>anos</strong> como<br />
bases necessárias para a convivência dos cidadãos<br />
brasileiros, na sua busca da felicidade.<br />
Neste conjunto de direitos reafirmados, refazendo<br />
o pacto social e refundando a República,<br />
foi incluído o direito à educação como direito de<br />
todos e como dever do Estado – visto agora como<br />
direito subjetivo. A nova LDB, em que pese as suas<br />
dificuldades, coloca um desafio ao ensino superior:<br />
as universidades, para sê-lo, deviam rever a sua<br />
prática acadêmica, organizar a pesquisa como o<br />
núcleo dinâmico desta prática e elemento indispensável<br />
na produção do conhecimento. A busca<br />
do novo, o caminho na direção do desconhecido<br />
mas necessário; e, ainda, a formação permanente de<br />
novos educadores voltados para a busca deste fazer,<br />
acadêmicos e mestres orientados para a construção<br />
do saber. Assim, grupos de pesquisa tinham que ser<br />
formados, instalados e fortalecidos, ao tempo em<br />
que era colocada a pós-graduação como o lócus<br />
onde se podia multiplicar a formação qualificada<br />
desses grupos. Abre-se um prazo para o recredenciamento<br />
de universidades criadas e, neste, um lapso<br />
de tempo para a consolidação das bases mínimas<br />
de pesquisa, embriões da pós-graduação.<br />
Neste quadro vê-se a Bahia – e não apenas ela<br />
como todo Norte e Nordeste do Brasil – a braços<br />
com a possibilidade da transformação de suas universidades<br />
em centros de ensino superior, já que,<br />
até aí, a pós-graduação nas duas regiões estava instalada<br />
unicamente nas universidades federais – na<br />
maioria desses estados, apenas uma. Inicia-se, em<br />
1997, uma mobilização regional pela redução das<br />
desigualdades regionais historicamente mantidas,<br />
com graves repercussões na educação, o que provocou,<br />
em outros desdobramentos, a mobilização<br />
pelo apoio aos grupos de pesquisadores em consolidação<br />
e cria-se um Programa Nordeste de Pesquisa<br />
e Pós-graduação. Com isto, os primeiros editais<br />
para financiamento de novos grupos de pesquisa<br />
e de novos cursos de pós-graduação stricto sensu<br />
permitem, por exemplo, à <strong>Uneb</strong> estabelecer, com o<br />
apoio e recursos aprovados pelo Projeto Nordeste/<br />
Jaci Maria Ferraz de Menezes; Maria José de Oliveira Palmeira; Elizabete Conceição Santana<br />
CNPq, duas bases de pesquisa – o grupo de Pesquisa<br />
História da Educação na Bahia e o grupo de<br />
Novas Tecnologias da Comunicação e Educação –<br />
com recursos do CNPq. O grupo constituído a partir<br />
dos investimentos feitos em pós-graduação 1 nos<br />
<strong>anos</strong> anteriores articula-se em torno destas bases<br />
de pesquisa e traz junto o conhecimento acumulado<br />
por suas próprias questões: entender os problemas<br />
colocados à educação pelo desenvolvimento desigual,<br />
pelas formas de inclusão excludente, pela<br />
pobreza, pela degradação ambiental, enfim, pela<br />
luta por mais justiça e igualdade, temas, inclusive,<br />
de um programa de Desenvolvimento Sustentável<br />
que a Universidade sediava no seu Centro de Estudos<br />
Euclides da Cunha, em parceria com o Instituto<br />
Interamericano de Ciências Agrárias – IICA.<br />
A chamada para a organização do novo Programa<br />
tinha como suportes um conjunto de cursos de<br />
pós-graduação lato sensu 2 já em funcionamento no<br />
Departamento de Educação e que contavam com<br />
o financiamento da Coordenação de Apoio ao Desenvolvimento<br />
Científico e Tecnológico do Estado<br />
da Bahia (CADCT), atual Fundação de Apoio à<br />
Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb); a existência<br />
de laboratórios de experimentação no Núcleo<br />
de Pesquisa e Extensão (Nupe), do Departamento<br />
de Educação I/ <strong>Uneb</strong>, no Núcleo de Estudos das<br />
Tecnologias Inteligentes (Neti)/Deped I, no Centro<br />
de Estudos das Populações Afro-Indo-Americanas,<br />
e no Centro de Estudos Euclides da Cunha; 3 e a<br />
Revista da Faeeba como espaço de divulgação<br />
dos resultados de pesquisa, existente desde 1992.<br />
Criada uma comissão para a redação do projeto, sua<br />
aprovação no Departamento e seu encaminhamento<br />
ao Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão<br />
(Consepe) significou um esforço de reunir,<br />
consolidar, solidificar as preocupações e a experiência<br />
de pesquisa do mesmo grupo para conceber<br />
e chegar à proposição do currículo do curso.<br />
1 Formação de doutores utilizando as bolsas CNPQ-PICDT, e criação<br />
de um programa de formação de professores a partir da otimização<br />
de programa do Governo do Estado de apoio à Capacitação: bolsas<br />
PAC.<br />
2 Educação de Jovens e Adultos, Educação e Tecnologias Intelectuais,<br />
Planejamento e Gestão da Educação, Educação Infantil etc. em desdobramento<br />
de um primeiro curso de Metodologia do Ensino Superior.<br />
Estes cursos foram pouco a pouco sendo replicados em outras regiões<br />
do Estado por outros departamentos.<br />
3 Centros de Pesquisa existentes na Universidade e mobilizados para<br />
a ação articulada com o Programa nascente.<br />
Revista da <strong>FAEEBA</strong> – Educação e Contemporaneidade, Salvador, número especial, p. 131-142, jul./dez. 2009<br />
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