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Número Especial: FAEEBA 25 anos PPGEduC 10 anos - Uneb

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avançar e os professores estão próximos e atentos<br />

aos processos de aprendizagem. Eles são parceiros,<br />

mesmo enfrentando dilemas cotidi<strong>anos</strong> e problemas<br />

que, por vezes, extrapolam os limites da escola. O<br />

trabalho coletivo e a dimensão moral da profissão<br />

criam melhores condições para o atendimento<br />

dos alunos com dificuldades de aprendizagem e<br />

diminuem o nível de stress dos professores, pois<br />

estes se sentem mais motivados e apoiados. Essas<br />

escolas colocam os alunos no centro do processo<br />

educativo.<br />

É difícil que uma escola se configure desta forma,<br />

se não tiver uma liderança que acredite nesses<br />

fundamentos. A pesquisa indica a importância do<br />

tipo de liderança exercida, e de como este aspecto<br />

faz diferença na atuação dos demais profissionais<br />

e impacta na forma como os alunos se posicionam<br />

diante da escola. E mais, uma escola ou outra pode<br />

se configurar dessa forma mesmo sem o apoio da<br />

gestão pública, mas não é viável que haja alguma<br />

mudança de maior impacto sem a decisão política<br />

de que educação é prioridade. Afinal, não basta<br />

querer, é preciso poder.<br />

Outra forma de olhar para estes três fundamentos<br />

é considerá-los como a concretização de três<br />

grandes princípios mostrados na Figura 1, que, em<br />

síntese, constituem a base de uma educação ética.<br />

Figura 1. Princípios que constituem a base de uma<br />

educação ética.<br />

Fonte: a autora.<br />

Do foco na aprendizagem advém a possibilidade<br />

de uma educação mais equitativa. As experiên-<br />

Revista da <strong>FAEEBA</strong> – Educação e Contemporaneidade, Salvador, número especial, p. 143-154, jul./dez. 2009<br />

Mônica M. Samia<br />

cias demonstraram que esse foco se desdobra em<br />

possibilidades concretas de tornar a escola boa<br />

para todos, já que, ao considerar ritmos e modos<br />

de aprendizagem diferentes, cada aluno é visto a<br />

partir de suas singularidades e recebe os apoios<br />

necessários para aprender. Decorrente disto, a<br />

avaliação deixa de ter um caráter classificatório e<br />

passa e ser um instrumento importante para gerar<br />

novas aprendizagens. Enfim, o diferente é tratado<br />

na sua diferença, sem que isso seja considerado um<br />

problema, mas parte da nossa constituição como<br />

pessoas.<br />

Do perfil do professor, é possível reconhecer o<br />

princípio da alteridade 7 , porque a atitude revelada<br />

no contexto da pesquisa demonstra que este reconhece<br />

a necessidade de converter seus métodos de<br />

ensino em situações de aprendizagem. Para isso,<br />

tem atitudes de atenção, cuidado e perseverança<br />

diante da trajetória dos alunos. O componente<br />

moral da profissão atinge aqui um grau elevado e<br />

dá sustentabilidade às relações.<br />

Da cultura colaborativa emerge a solidariedade 8 .<br />

O dicionário Aurélio define solidariedade como<br />

“vínculo recíproco” ou “relação de responsabilidade<br />

entre pessoas unidas por interesses comuns,<br />

de maneira que cada elemento do grupo se sinta na<br />

obrigação moral de apoiar o(s) outro(s)”. Estes significados<br />

desvelam o que está por trás das práticas<br />

dessas redes. Integrada a esta atitude emerge outra<br />

muito observada nas experiências das redes: o cuidado.<br />

Mesmo com a pressão, com as discordâncias<br />

e até mesmo com as distâncias entre o possível e<br />

o realizável, o cuidado se constituiu em uma das<br />

bases das relações interpessoais. Aliás, não há dúvida<br />

de que, para além da competência técnica e<br />

o compromisso profissional, foram as questões de<br />

natureza subjetiva que alicerçaram a conduta desses<br />

educadores nos seus diferentes territórios.<br />

7 Segundo Frei Betto, alteridade é a capacidade de apreender o outro<br />

na plenitude da sua dignidade, dos seus direitos e, sobretudo, da<br />

sua diferença. Disponível em: http://www1.ethos.org.br/EthosWeb/<br />

arquivo/0-A-891reflexao%2003.pdf. Acesso em: 16 de nov. 2009.<br />

8 Solidariedade remete às palavras latinas solidum (totalidade, soma<br />

total, segurança) e solidus (sólido, maciço, inteiro). A definição sociológica<br />

de solidariedade do Dicionário Michaelis parece caminhar<br />

nesta direção:“ Condição grupal resultante da comunhão de atitudes<br />

e sentimentos, de modo a constituir o grupo unidade sólida, capaz de<br />

resistir às forças exteriores e mesmo de tornar se ainda mais firme em<br />

face da oposição vinda de fora”.<br />

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