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Número Especial: FAEEBA 25 anos PPGEduC 10 anos - Uneb

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Territórios de aprendizagem: um olhar sobre experiências de sucesso escolar<br />

5) por fim, tecidas as relações entre o dito, o<br />

vivido e o refletido, tratando cada uma das categorias<br />

nas suas especificidades, fez-se necessário<br />

recuperar a segunda pergunta da pesquisa referente<br />

a como os fundamentos se articulam e colaboram<br />

para os bons resultados obtidos e lançar um olhar<br />

verticalizado sobre os três elementos, a fim de<br />

chegar no propósito da pesquisa: compreender<br />

como os fundamentos de âmbito pedagógico, que<br />

dão sustentabilidade às práticas das redes, se articulam<br />

para a obtenção de bons resultados. Para<br />

isso, foi realizada uma análise transversalizada das<br />

categorias.<br />

Considerando os limites deste artigo, ao invés<br />

de apresentar dados de cada um dos fundamentos<br />

em separado são apresentados a seguir dados<br />

concernentes à interpretação transversalizada, que<br />

correspondem a esta última fase da análise.<br />

Um olhar sobre as possibilidades<br />

Antes de lançar um olhar mais integrador para<br />

cada fundamento, carece destacar um deles, a saber,<br />

o foco na aprendizagem. Este foi o fator encontrado<br />

em <strong>10</strong>0% dos municípios que participaram da<br />

pesquisa cenário, ou melhor, foi encontrado nos 37<br />

municípios que permaneceram na amostra final,<br />

pois foi exatamente a falta desse foco e a falta de<br />

comprometimento da gestão que excluíram três<br />

dos 40 municípios selecionados inicialmente para<br />

a pesquisa.<br />

O sentido da escola é a aprendizagem. Não<br />

parece óbvia esta afirmação? Infelizmente isto<br />

não é tão claro para muitos educadores. Aliás,<br />

está aqui identificado um dos pontos centrais que<br />

“diferenciam” as redes pesquisadas de outras e que<br />

dá sustentabilidade aos bons resultados obtidos.<br />

Embora possa estar claro, no plano das idéias,<br />

que a escola é um espaço de aprendizagem, nem<br />

sempre isso se reflete na prática. Para muitos, o<br />

sentido da escola, ou a tarefa do professor, pode<br />

ser simplesmente o ensino.<br />

O discurso maciçamente ouvido durante a<br />

pesquisa Redes de Aprendizagem foi, sem dúvida,<br />

o discurso da aprendizagem. A partir dos relatos e<br />

das práticas, foi possível depreender, pela análise<br />

dos relatórios e pela minha experiência como pesquisadora<br />

e coordenadora da pesquisa, que o que<br />

150<br />

fundamenta essas práticas é que o sentido da escola<br />

é a aprendizagem, e que a concepção de aprendizagem,<br />

que está por trás desse princípio, é que toda<br />

criança pode e tem direito de aprender; entretanto,<br />

elas o fazem em ritmos e a partir de experiências<br />

diferentes, portanto, cabe à escola oferecer condições<br />

para tal. É possível afirmar ainda que quanto<br />

maior o foco na aprendizagem, melhores são os<br />

resultados. Segundo o Relatório Final de Pesquisa<br />

(2007, p. 13), “se tomarmos cada um dos fatores de<br />

sucesso, perceberemos que eles só existem porque,<br />

antes de tudo, há esse compromisso ético da escola<br />

com cada um dos alunos e alunas: assegurar seu<br />

direito de aprender”.<br />

Ao tratar da função do professor como mediador,<br />

D’Ávila (2008, p.44) afirma que “o objetivo do<br />

ensino é a aprendizagem. Embora essa finalidade<br />

não seja sempre atingida, é ela de fato que dá sentido<br />

ao ato de ensinar. Como uma ação consciente,<br />

ensinar implica ter uma intenção.” E mais adiante<br />

continua: “Fazer aprender, então, não é simplesmente<br />

informar ou fazer saber a alguém qualquer<br />

coisa. Ensinar visa a provocar uma ação, o que<br />

significa que aprender é um verbo ativo”.<br />

Feito este destaque, é possível lançar um olhar<br />

transversalizado sobre os três fundamentos: o<br />

sentido da escola é a aprendizagem; para se ter<br />

uma boa educação é preciso ter bons professores<br />

e os resultados são melhores quando se trabalha de<br />

forma colaborativa. Não há dúvida que estes fundamentos<br />

indicam um caminho para se fazer uma<br />

boa escola. E são muitas as denominações para tal:<br />

escola de qualidade, escola inclusora, escola para a<br />

diversidade, enfim, não faltam nomenclaturas. Não<br />

cabe aqui uma descrição de cada conceito. Eleger<br />

o termo boa escola é optar por uma forma simples<br />

e significativa de enunciação. Neste contexto, é<br />

possível caracterizar uma boa escola como aquela<br />

que é boa para todos os alunos, mas que também é<br />

boa para seus professores. Nela todos aprendem.<br />

E uma das variáveis importantes para tornar isso<br />

possível refere-se ao bom clima da escola, ao sentimento<br />

genuíno de solidariedade, guiado por uma<br />

meta comum que é a aprendizagem.<br />

Nessa escola, a cultura colaborativa se desdobra<br />

em processos de implicação coletivos e não<br />

há espaço para culpa, mas para responsabilidade.<br />

Nessa escola, alunos são avaliados para que possam<br />

Revista da <strong>FAEEBA</strong> – Educação e Contemporaneidade, Salvador, número especial, p. 143-154, jul./dez. 2009<br />

<strong>FAEEBA</strong> <strong>25</strong> <strong>anos</strong>.indd 150 2/2/2011 13:45:11

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