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Número Especial: FAEEBA 25 anos PPGEduC 10 anos - Uneb

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<strong>25</strong> Anos de faeeba e 26 <strong>anos</strong> de uneb: da universidade que temos aos desafios que precisamos vencer<br />

a legislação estadual, por exemplo, em relação à<br />

definição do plano de carreira dos docentes e do seu<br />

pessoal técnico-administrativo (FÁVERO, 1997).<br />

Mas, ao invés de seguir a lei, o governo estadual da<br />

Bahia quebra a autonomia das suas universidades,<br />

editando decretos que retiram parte da propalada<br />

autonomia da universidade. Foram editados<br />

pelo governo do estado os seguintes decretos: nº<br />

11.436/09 e 11.436, de 13 de fevereiro de 2009.<br />

Estes decretos determinavam que, até para contratar<br />

o pessoal docente e técnico-administrativo,<br />

a universidade deveria se reportar ao Comitê de<br />

Pessoal do Estado (COP).<br />

Inclusive, até para aumentar a carga horária,<br />

definir o regime de dedicação funcional do seu<br />

pessoal docente e garantir a implantação do incentivo<br />

à produção científica dos seus profissionais, é<br />

preciso que a universidade se reporte ao COP. Mais<br />

ainda, caso qualquer docente precise mudar de<br />

classe por avaliação de desempenho e pelo mérito<br />

acadêmico, somente poderá concretizar essa façanha<br />

se o processo administrativo for enviado pela<br />

administração superior da universidade para ser<br />

aprovado pelo COP, ouvindo a Secretaria Estadual<br />

de Educação da Bahia. Na prática, a universidade<br />

estadual baiana fica tutelada às determinações da<br />

Secretaria Estadual de Educação e da Secretaria de<br />

Administração de Pessoal.<br />

Essa autonomia tutelada prejudica amplamente<br />

a vida acadêmica da universidade baiana,<br />

pois para ser autônoma em sua gestão financeira é<br />

necessário que a universidade pública possa decidir,<br />

livremente, pela construção e pela execução de seu<br />

próprio orçamento, tendo a liberdade para lidar com<br />

a verba de pessoal, de custeio e de capital.<br />

Este é o caso da <strong>Uneb</strong>, pois, quando muito, a<br />

universidade somente consegue efetivar o planejamento<br />

das políticas orçamentárias, ficando a mercê<br />

do governo do estado na liberação dos recursos<br />

financeiros previstos no orçamento. Isto tem implicado<br />

mensalmente ou semestralmente numa via<br />

crucis do setor de planejamento da instituição, que,<br />

sistematicamente, precisa ir com o “pires na mão”<br />

aos órgãos financeiros do governo estadual para<br />

tentar liberar as verbas previstas no orçamento,<br />

que foi aprovado pela Assembléia Legislativa da<br />

Bahia a cada ano. Com a falta de verba, o planejamento<br />

estratégico da <strong>Uneb</strong> é altamente prejudicado<br />

46<br />

em sua função básica, pois deixa de caminhar na<br />

perspectiva de focar o que é prioritário, hoje, para<br />

tornar a universidade como sendo uma instituição<br />

pública que, academicamente e socialmente, consegue<br />

estabelecer uma unidade momentânea em<br />

suas atividades acadêmicas de ensino, pesquisa e<br />

de extensão.<br />

Ha que se compreender, de uma vez por todas,<br />

que autonomia não significa apenas descentralizar<br />

recursos financeiros para que as instituições de<br />

ensino superior possam sobreviver, como vem<br />

ocorrendo no caso de muitos sistemas estaduais<br />

de ensino do Brasil. É sabido que descentralizar<br />

significa liberar o montante de recursos financeiros<br />

requeridos institucionalmente, conforme um cronograma<br />

de atividades planejado para ser executado<br />

num dado período, observando-se a eficiência e a<br />

retroalimentação do processo. Mas, a universidade<br />

pública baiana precisa de muito mais do que isso,<br />

ela precisa ser autônoma em sua essência, para<br />

melhor poder servir à causa científica e social da<br />

comunidade baiana, garantindo-se a autonomia na<br />

criação acadêmica de seus projetos e programas<br />

de trabalho.<br />

A falta de compromisso político com a<br />

causa da universidade pública<br />

Diante desse quadro de quase perda de sua autonomia<br />

universitária, podemos afirmar que esses<br />

acontecimentos fazem parte de um contexto maior<br />

vivenciado pela educação em todo o nosso estado.<br />

O que vem acontecendo com a universidade estadual<br />

é conseqüência, também, da visão de mundo<br />

que os atuais detentores do poder político têm da<br />

educação pública na Bahia. Há um desacerto dos<br />

órgãos do governo estadual que lidam com a educação<br />

básica e isto pode ser constatado quando se<br />

observa sistematicamente a falta de divulgação de<br />

estatísticas básicas atualizadas dos dados e informações<br />

do desempenho da educação em todo o estado;<br />

a falta de contratação de professores qualificados<br />

nas escolas; a matrícula no ensino fundamental<br />

em 2007 teve uma queda histórica de menos 8,4%<br />

em relação a 2006; no mesmo período a matrícula<br />

no ensino médio diminuiu em 9,8% do seu total<br />

(CENSO ESCOLAR, 2007). Recentemente, de<br />

acordo com os dados divulgados pelo Instituto<br />

Revista da <strong>FAEEBA</strong> – Educação e Contemporaneidade, Salvador, número especial, p. 41-50, jul./dez. 2009<br />

<strong>FAEEBA</strong> <strong>25</strong> <strong>anos</strong>.indd 46 2/2/2011 13:45:00

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