Número Especial: FAEEBA 25 anos PPGEduC 10 anos - Uneb
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Fazenda, 1994), mas também a possibilidade de se<br />
realizar um trabalho compartilhado e refletido por<br />
um grupo de docentes com interesses afins.<br />
A extensão neste trabalho está sendo encarada<br />
como trabalho social que pode interferir favoravelmente<br />
na transformação da sociedade, considerada<br />
como uma função essencial e indissociável do<br />
ensino e da pesquisa. Ela vem se concretizando<br />
mediante “a realização de ações globalizantes e<br />
organicamente articuladas através de programas/<br />
projetos elaborados por organismos governamentais...”<br />
conforme anuncia Tavares (1997, p. 197)<br />
como a possibilidade atual e mais viável da extensão<br />
universitária, exatamente como ela é concebida<br />
na <strong>Uneb</strong>. A extensão, para esta autora, é uma das<br />
atividades primordiais da universidade dentro de<br />
qualquer sociedade moderna.<br />
A extensão é “parte indispensável do pensar<br />
e fazer universitários” conforme consta no Plano<br />
Nacional de Extensão Universitária que conceitua<br />
a extensão como sendo “um processo educativo,<br />
cultural e científico que articula o Ensino e a Pesquisa<br />
de forma indissociável e viabiliza a relação<br />
transformadora entre Universidade e Sociedade”<br />
(BRASIL, 2001, p.5).<br />
A articulação da pesquisa e da extensão com o<br />
ensino vem ao encontro de incentivar a qualificação<br />
docente, de auxiliar o processo identitário do professor<br />
e de reativar o compromisso social da universidade<br />
com a sociedade e a comunidade local.<br />
Tendo como propósito resgatar a memória da<br />
criação e da implantação do Núcleo de Pesquisa e<br />
Extensão (Nupe) 1 no Departamento de Educação<br />
(DEDC) no Campus I, pretende-se, neste trabalho,<br />
efetuar um breve histórico e, em seguida, acentuar<br />
a identidade deste setor destacando as principais<br />
atividades e projetos desenvolvidos nestes dezoito<br />
<strong>anos</strong> de funcionamento, de forma a demonstrar<br />
que a pesquisa e a extensão sempre estiveram<br />
articuladas com o ensino e inseridas no cotidiano<br />
escolar.<br />
1. A memória da criação do Núcleo: um<br />
breve histórico<br />
Sabe-se que na década de 90, houve um grande<br />
estímulo às ações resultantes de pesquisa, ha-<br />
Revista da <strong>FAEEBA</strong> – Educação e Contemporaneidade, Salvador, número especial, p. 63-74, jul./dez. 2009<br />
Tânia Regina Dantas<br />
vendo uma preocupação geral pelos educadores<br />
de tentarem e de incentivarem a aplicação dos<br />
resultados das investigações científicas em suas<br />
classes. Souza (2004, p. 20) já alertava que “as<br />
discussões que se consubstanciam nos <strong>anos</strong> 80 e<br />
90 no Brasil, consolidam o discurso acadêmico<br />
de valorização da pesquisa tanto em relação à<br />
formação de professores quanto ao desenvolvimento<br />
profissional, [...] bem como em relação às<br />
possibilidades teórico-metodológicas da pesquisa<br />
na área educacional”.<br />
Neste período também é que toma impulso a<br />
legislação educacional sobre formação do professor<br />
e acerca de diretrizes curriculares para o ensino<br />
fundamental e médio, tendo como marco principal<br />
a aprovação da Lei 9.394/1996 que instituiu as Diretrizes<br />
e Bases da Educação Nacional (LDBEN).<br />
No capítulo IV, que trata da educação superior, esta<br />
lei preconiza que deve “incentivar a pesquisa e<br />
investigação científica, visando o desenvolvimento<br />
da ciência e da tecnologia e da criação e difusão da<br />
cultura” (Inciso III); a extensão, por sua vez, deverá<br />
ser “aberta à participação da população, visará<br />
difusão das conquistas e benefícios resultantes da<br />
criação cultural e da pesquisa científica e tecnológicas<br />
geradas na instituição” (Inciso VII).<br />
Neste sentido, os Núcleos de Pesquisa e Extensão<br />
da Universidade do Estado da Bahia foram<br />
criados para servirem como “órgãos vinculados<br />
aos Departamentos, tendo por finalidade estruturar<br />
e coordenar as atividades de pesquisa e extensão,<br />
incentivar e divulgar a produção científica do Departamento,<br />
envolvendo servidores e estudantes em<br />
torno dessa atividade”, de acordo com o Regimento<br />
Geral da Universidade (Art.55), citado por Dantas<br />
(1998, p. 8).<br />
Na gênese do Programa de Pós-Graduação 2 do<br />
Departamento de Educação do Campus I da <strong>Uneb</strong>,<br />
1 Convém esclarecer que fui eleita Coordenadora deste Núcleo para o<br />
período de 1993/1995, tendo sido anteriormente, Vice-Coordenadora<br />
de 1991 até 1993, com o Professor Jacques Sonneville como Coordenador.<br />
Atualmente, em agosto de 2008, fui eleita Vice-Coordenadora<br />
do Nupe, por um período de um ano, para trabalhar em uma proposta<br />
de ação com uma equipe interdisciplinar de professores que intenta<br />
revitalizar este Núcleo.<br />
2 Participaram da proposta inicial os professores: Arnaud Soares,<br />
Maria José Palmeira, Jaci Menezes, Solange Nogueira, Yara Ataíde,<br />
Jacques Sonneville, Tânia Dantas, Cristina D’Ávila, Nádia Hage<br />
Fialho, Fátima Noleto, Ivanê Coimbra, Maria Tereza Coutinho, além<br />
de Técnicos da Faeeba.<br />
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