Número Especial: FAEEBA 25 anos PPGEduC 10 anos - Uneb
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Aqui será narrada a experiência que tive como<br />
editor executivo 2 , durante esses 18 <strong>anos</strong>, junto com<br />
a editora geral Yara Ataíde e com todos os que trabalharam<br />
e colaboraram com a revista. A narrativa<br />
terá 3 partes: 1) o período de 1992 a 1999, os <strong>anos</strong><br />
de formação da revista da Faeeba, dos números 1 a<br />
12; 2) o período de 2000 a 2005, dos números 13 a<br />
23, ou seja, o período de renovação da revista; 3) o<br />
período de 2005 a 20<strong>10</strong>, a consolidação da revista,<br />
dos números 24 a 33.<br />
I. A formação da Revista da Faeeba: os<br />
números 1 a 12 (1992-1999)<br />
O primeiro número, sobre o tema Universidade,<br />
foi realizado de modo bastante tranquilo. Depois de<br />
ter recebido os textos e, após os pareceres e a seleção,<br />
os selecionados foram entregues para uma empresa<br />
fazer a editoração eletrônica (com o editor de texto<br />
Ventura). Em 1992, há apenas 18 <strong>anos</strong>, computador<br />
e informática eram conhecidos somente em salas<br />
especiais das repartições públicas e da universidade.<br />
Recebemos de volta um rascunho de várias páginas<br />
compridas do texto digitado, para conferir os eventuais<br />
erros. Lembro-me bem como isso foi feito em<br />
grupo, onde um lia o original datilografado e os outros<br />
anotavam os erros de digitação no rascunho. No<br />
final, a empresa nos entregava as folhas de fotolito,<br />
com o texto definitivo, pronto para ser impresso e<br />
encadernado na gráfica da <strong>Uneb</strong>, junto com a primeira<br />
capa. 3 O formato da revista, nos números 1 a<br />
12, era assim: altura de 22 cm, largura de 16 cm e a<br />
mancha gráfica de 12 por 18 cm.<br />
A impressão do primeiro número, assim como<br />
dos três números seguintes, foi feita na Gráfica<br />
da <strong>Uneb</strong>, com equipamentos bastante obsoletos e<br />
sempre realizada de acordo com os recursos disponíveis,<br />
acarretando atrasos consideráveis para a<br />
publicação da revista.<br />
O primeiro número tinha apenas 137 páginas,<br />
mas, como se pode ver no catálogo do site, tem<br />
artigos muito importantes, como o de Nadia Fialho,<br />
que apoiou firmemente a nova revista, desde o<br />
início e, mais tarde, como Pró-reitora de Pesquisa<br />
e Pós-graduação. Sem dúvida, este número merece<br />
ser digitalizado e disponibilizado, sobretudo pela<br />
entrevista, feita por Maria Palácios 4 , com o antropólogo<br />
Thales de Azevedo, que aos 88 <strong>anos</strong>, lúcido<br />
Revista da <strong>FAEEBA</strong> – Educação e Contemporaneidade, Salvador, número especial, p. 51-62, jul./dez. 2009<br />
Jacques Jules Sonneville<br />
e corajoso, faz um depoimento valioso sobre a<br />
educação e a universidade no século XX, na Bahia.<br />
Finalmente, relendo um pequeno artigo de Cipriano<br />
Luckesi 5 , quero citar apenas um parágrafo que trata<br />
de uma temática que se tornou, mais tarde, muito<br />
presente nas pesquisas educacionais. E, ainda hoje,<br />
a problemática persiste.<br />
Genericamente, poderíamos dizer que, durante longo<br />
tempo, a educação escolar (básica e universitária)<br />
privilegiou o ensino e aprendizagem que tinha e<br />
tem por base os conceitos e a formalidade mental de<br />
conhecimento. A vida emocional foi obscurecida de<br />
tal forma que parecia e parece nem mesmo existir.<br />
O mental ocupou todo o espaço e dele emergiu um<br />
caminho voluntarioso de construir o mundo “apesar<br />
de tudo”. Nesse processo não interessava o mundo<br />
como ele “é”, mas sim como “deve ser”. Ocorreu,<br />
assim, um seccionamento na experiência humana e,<br />
com isso, o mental-conceitual foi hipertrofiado. O<br />
componente emocional da existência, que é aquele<br />
que retém e direciona a vida humana, foi sendo<br />
estiolado, impedindo que o afeto tivesse livre fluxo<br />
na direção da existência.<br />
O segundo numero, sobre o tema Educação e<br />
Cidadania, teve muitas contribuições valiosas,<br />
atingindo 244 páginas, e deve também ser digitalizado.<br />
O processo de digitação, formatação<br />
e editoração, porém, foi extremamente penoso.<br />
Executado por outra empresa (que ofereceu um<br />
preço mais baixo), deu origem a um vai e vem<br />
cansativo, a fim de corrigir os inúmeros erros.<br />
Além disso, deste número também restou apenas<br />
o resultado impresso.<br />
A digitação e editoração da primeira versão do<br />
número especial sobre Canudos (1893-1897) foi<br />
um processo ainda mais doloroso. Foi contatada<br />
uma equipe da própria <strong>Uneb</strong> para editar o texto<br />
no Pagemaker. O resultado foi desastroso, exi-<br />
2 Na Revista da Faeeba, o editor executivo é o responsável pela<br />
elaboração dos números da revista, desde o recebimento dos textos<br />
até a sua publicação.<br />
3 Vide as capas de todos os 33 números no site www.revistadafaeeba.<br />
uneb.br – Edições anteriores<br />
4 Nos números posteriores, Maria Palácios publicou várias entrevistas<br />
importantes: com Jacob Gorender (n. 2); José Calasans (número<br />
especial sobre Canudos); Edivaldo Boaventura (n. 5); Eurico Brandão<br />
(n. 6) e Bárbara Freitag (n. 7).<br />
5 LUCKESI, Carlos Cipriano. Educação universitária e formação do<br />
ser humano. Revista da Faeeba, Salvador, v. 1, n. 1, p. 31-35, jan./<br />
dez., 1992.<br />
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