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Número Especial: FAEEBA 25 anos PPGEduC 10 anos - Uneb

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A PALAVRA AFRICANA<br />

NA CONFIGURAÇÃO DA ETNICIDADE BRASILEIRA<br />

RESUMO<br />

Revista da <strong>FAEEBA</strong> – Educação e Contemporaneidade, Salvador, número especial, p. 205-211, jul./dez. 2009<br />

Yeda Pessoa de Castro<br />

Yeda Pessoa de Castro *<br />

Se a língua substancia o espaço identitário de um povo, as línguas negroafricanas<br />

que foram faladas no Brasil durante a escravidão contribuíram para a construção<br />

do português brasileiro e a configuração da etnicidade brasileira. Essa evidência é<br />

encontrada no vocabulário de base africana que continua sendo apropriado como<br />

patrimônio linguístico brasileiro em suas diferentes áreas culturais.<br />

Palavras-chave: Línguas africanas. Português Brasileiro. Língua e identidade.<br />

ABSTRACT<br />

THE AFRICAN WORD IN THE CONFIGURATION OF BRAZILIAN<br />

ETHNICITY<br />

If the language substantiates the identity space of a people, Black African languages<br />

that were spoken in Brazil during slavery times contributed to the construction of<br />

Brazilian Portuguese and the configuration of brazilian ethnicity. This evidence is<br />

found in the African based vocabulary that has been appropriated up to date as a<br />

Brazilian linguistic heritage in its various cultural areas.<br />

Keywords: African languages. Brazilian Portuguese. Language and identity.<br />

As línguas da família Nígero-Congolesa formam<br />

a maior família lingüística do continente africano.<br />

São mais de 1.400 línguas e de 400 milhões<br />

de falantes concentrados na maior parte da África<br />

subsaariana. Englobam dois grupos de línguas: as<br />

do oeste africano, faladas do Senegal à Nigéria,<br />

tradicionalmente chamadas de sudanesas, e as do<br />

grupo banto, ao longo das regiões situadas abaixo<br />

da linha do equador, com centenas de línguas<br />

provenientes de um tronco lingüístico comum, o<br />

protobanto, que se supõe ter sido falado há três<br />

milênios atrás.<br />

Conforme a documentação histórica existente<br />

sobre o tráfico transatlântico e dados de pesquisa<br />

obtidos no estudo da identificação dos aportes afric<strong>anos</strong><br />

no Brasil, as línguas do grupo banto foram<br />

majoritárias em território brasileiro sob regime<br />

colonial e escravista. Destacaram-se entre elas, três<br />

línguas litorâneas:<br />

- Quicongo, no Congo-Brazzaville, Congo-<br />

Kinshasa e norte de Angola, numa área geográfica<br />

correspondente ao antigo reino do Congo,<br />

- Quimbundo, na região central de Angola e<br />

Luanda, nos limites do antigo reino de Ndongo,<br />

* Etnolinguista, Doutora em Línguas Africanas. Assessora Técnica em Línguas Africanas do Museu da Língua Portuguesa na<br />

Estação da Luz em São Paulo. Coordenadora do Grupo de Estudos Afric<strong>anos</strong> e Afrobrasileiros em Línguas e Culturas (GEAALC)/<br />

<strong>Uneb</strong>. Pertence à Academia de Letras da Bahia e ao Comitê Científico Brasileiro do Programa Rota dos Escravos da UNESCO.<br />

É autora do livro Falares Afric<strong>anos</strong> na Bahia: um vocabulário afro-brasileiro. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Letras/<br />

Topbooks Editora, 2001, 3. ed. 2009. E-mail: yedapessoa@uol.com.br.<br />

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