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Número Especial: FAEEBA 25 anos PPGEduC 10 anos - Uneb

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Territórios de aprendizagem: um olhar sobre experiências de sucesso escolar<br />

Percurso metodológico da pesquisa<br />

Territórios de Aprendizagem<br />

A motivação principal para se realizar esse tipo<br />

de pesquisa remete à minha própria experiência<br />

como pesquisadora e coordenadora da pesquisa<br />

cenário, ao me deparar com uma vastidão de dados<br />

que poderiam e mereciam ser novamente analisados,<br />

tanto a partir de uma mudança no foco do<br />

olhar, do tipo de pesquisa e, consequentemente, de<br />

uma redefinição dos objetivos. No caso da pesquisa<br />

cenário, a ênfase estava situada na disseminação<br />

das experiências coletadas em diferentes contextos.<br />

Já na pesquisa acadêmica, além de um olhar mais<br />

sistêmico para os diversos fatores encontrados, foram<br />

buscadas as razões ou os aportes que sustentam<br />

essas práticas.<br />

Assim, seu objetivo principal foi identificar<br />

quais os fundamentos teóricos e práticos de âmbito<br />

pedagógico dão sustentabilidade às práticas destas<br />

redes municipais e como eles se articulam e colaboram<br />

para os bons resultados obtidos.<br />

Sendo a pesquisa Territórios de Aprendizagem<br />

realizada a partir dos dados da pesquisa cenário,<br />

sua metodologia deve ser caracterizada como uma<br />

análise documental.<br />

Quanto à escolha da análise documental, Flick<br />

(2009) afirma que o objeto de estudo é o fator<br />

determinante para a escolha de um método, e não<br />

o contrário. Portanto, a escolha pelos documentos<br />

gerados a partir da pesquisa de campo é considerada<br />

adequada para esse tipo de abordagem e o método<br />

compatível com o escopo da pesquisa, visto que<br />

os documentos analisados são frutos do trabalho<br />

de campo.<br />

Ademais, esse tipo de pesquisa é referendado<br />

por Lüdke e André (2004), quando afirmam que,<br />

embora pouco explorada em pesquisas na área de<br />

educação, a análise documental pode se constituir<br />

em uma técnica valiosa, desvelando aspectos<br />

novos de um tema ou problema. As autoras complementam:<br />

148<br />

Os documentos constituem também uma fonte<br />

poderosa de onde podem ser retiradas evidências<br />

que fundamentam afirmações e declarações do pesquisador.<br />

Representam ainda uma ‘fonte’ natural de<br />

informação. Não são apenas uma fonte de informação<br />

contextualizada, mas surgem de um determinado<br />

contexto e fornecem informações sobre esse mesmo<br />

contexto. (LÜDKE; ANDRÉ, 2004, p. 39)<br />

Uma das principais razões da produção desta<br />

investigação foi a percepção de que havia um rico<br />

acervo de dados nesse conjunto de documentos e<br />

que outros olhares poderiam fazer emergir novas<br />

interpretações. Por fim, o argumento de Gohn<br />

(2005) dá sustentabilidade à escolha deste método<br />

para a pesquisa:<br />

O que torna a ciência necessária é o fato de a realidade<br />

não ser transparente. A transparência e a<br />

essência dos fenômenos não coincidem, embora uma<br />

revele elementos da outra. Portanto, o que é dialético<br />

é a própria realidade; por isso, precisamos de<br />

instrumentos que captem essa dialética, ou seja, um<br />

método de abordagem adequado à própria natureza<br />

dos fenômenos e fatos sociais, enquanto objetos de<br />

investigação. (p. <strong>25</strong>5)<br />

Dito isso, o próximo esclarecimento a fazer é: a<br />

que se designa nesse contexto um documento?<br />

A palavra documento tem origem latina em<br />

“documentum” que significa aquilo que ensina ou<br />

serve de exemplo ou prova.<br />

Segundo o dicionário Aurélio, documento é<br />

toda base de conhecimento fixado materialmente<br />

e suscetível de ser utilizado para consulta, estudo<br />

ou prova.<br />

Prior (2003) oferece uma definição mais dinâmica<br />

e mais voltada para a prática do que sejam<br />

documentos. Segundo este autor:<br />

Se tivermos que arcar com a natureza dos documentos,<br />

então precisaremos afastarmos de um conceito<br />

que os considere como artefatos estáveis, estáticos e<br />

pré-definidos. Em vez disso, devemos considerá-los<br />

em termos de campos, de estruturas e de redes de<br />

ação. De fato, o status das coisas enquanto “documentos”<br />

depende precisamente das formas como<br />

esses objetos estão integrados nos campos de ação,<br />

e os documentos só podem ser definidos em relação<br />

a esses campos. (PRIOR, 2003, apud FLICK, 2009,<br />

p.231, grifo nosso)<br />

Nesse caso, os documentos descritos e analisados<br />

são narrativas das experiências de 16 pesquisadoras<br />

que, imbuídas do propósito de ouvir os<br />

diferentes sujeitos que atuavam nas redes municipais,<br />

realizaram um trabalho criterioso de registro<br />

a fim de retratar essas realidades.<br />

Revista da <strong>FAEEBA</strong> – Educação e Contemporaneidade, Salvador, número especial, p. 143-154, jul./dez. 2009<br />

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