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Margarida Alves - Ministério do Desenvolvimento Agrário

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n e a D e S p e C i a l<br />

lidades de exploração de forma sustentável das duas atividades, potencializan<strong>do</strong><br />

as suas complementaridades. Através desta estratégia, a Assema e o MIQCB<br />

contribuem para a proteção das palmeiras nos lotes familiares.<br />

Em relação à participação das mulheres no movimento, várias têm si<strong>do</strong> as<br />

estratégias utilizadas. Nelas se incluem: a) trocar a localização das Assembléias<br />

realizadas pelas organizações de base, no caso da Assema, no intuito de estimular<br />

a participação das mulheres e de dar visibilidade às discussões realizadas;<br />

b) aumentar a visibilidade da contribuição dada pelo trabalho da mulher à renda<br />

familiar, mostran<strong>do</strong> simultaneamente a importância <strong>do</strong> babaçu na economia familiar;<br />

c) criação e estímulo aos grupos de mulheres, e à participação das mulheres<br />

em todas as atividades realizadas – políticas e econômicas.<br />

No que diz respeito à questão da violência <strong>do</strong>méstica, as respostas têm si<strong>do</strong><br />

mais isoladas. No caso da Assema, o Programa de Organização e Mobilização<br />

das Mulheres tem aposta<strong>do</strong> na educação das gerações atuais e futuras de mari<strong>do</strong>s<br />

em espaços coletivos de discussão, ao mesmo tempo em que trabalha a conscientização<br />

da mulher em relação a seus direitos estabeleci<strong>do</strong>s. O objetivo <strong>do</strong>s<br />

momentos de reflexão e de formação de homens e mulheres sobre os direitos das<br />

mulheres tem si<strong>do</strong> o de trazer problemas priva<strong>do</strong>s de mulher para a esfera pública<br />

– onde homens e mulheres os discutem. Embora esses momentos sejam essenciais,<br />

eles apenas atingem os homens já envolvi<strong>do</strong>s nas atividades e organizações de<br />

base da Assema, e onde o assunto ganha espaço, que é principalmente no âmbito<br />

da AMTR. Sen<strong>do</strong> uma organização mista são várias as potencialidades que se<br />

apresentam para a Assema realizar um trabalho profun<strong>do</strong> com os homens sobre<br />

direitos das mulheres e em particular sobre a questão da violência <strong>do</strong>méstica.<br />

Por seu la<strong>do</strong>, o MIQCB vem apostan<strong>do</strong> na discussão sobre a importância da<br />

luta das quebradeiras de coco pelo direito de livre acesso e proteção das palmeiras<br />

de babaçu, como forma de sensibilizá-las e mobilizá-las para a reversão da<br />

situação de opressão em que se encontram.<br />

A Dada que eu fui há 10 anos atrás existe muito, nas nossas comunidades, muitas, muitas,<br />

muitas, então há uma necessidade de fazer um trabalho muito grande pra capacitar, pra<br />

trazer, pra levar essa auto-estima mesmo pras pessoas se sentirem gente, pras pessoas se<br />

verem como mulheres que têm direito e que a gente tem de estar reivindican<strong>do</strong>, tem de<br />

estar denuncian<strong>do</strong>. (Dada, 2002)<br />

Contu<strong>do</strong>, apesar das reflexões internas e esforços neste senti<strong>do</strong>, tanto o<br />

MIQCB como a Assema, ainda não conseguiram transformar em uma única<br />

agenda a luta pelo desenvolvimento rural sustentável e a luta pelos direitos das<br />

mulheres. Apesar de ser fundamental, não é suficiente dar visibilidade à contribuição<br />

<strong>do</strong> trabalho feminino na renda familiar e integrar as mulheres nas organi-

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