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Margarida Alves - Ministério do Desenvolvimento Agrário

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20<br />

n e a D e S p e C i a l<br />

tan<strong>do</strong> com apoio vicinal. As jovens mulheres situam seu trabalho no espaço da<br />

casa e na roça – cita<strong>do</strong>s nesta ordem e indican<strong>do</strong> a atividade na casa como função<br />

da mulher e, na roça, como ajuda. Os jovens homens invertem essa relação, sen<strong>do</strong><br />

ajuda, as atividades que desenvolvem no interior da casa e entorno. Ainda que<br />

possa ser compreendi<strong>do</strong> pela noção de complementaridade, a visibilidade ou a<br />

importância atribuída às atividades desempenhadas por homens e mulheres faz<br />

sobressair um caráter mais assimétrico das relações de gênero. De maneira geral,<br />

observamos que a distribuição de tarefas na unidade <strong>do</strong>méstica, além <strong>do</strong>s atributos<br />

de gênero, está relacionada à configuração de cada unidade familiar e depende <strong>do</strong><br />

número de integrantes que cada família dispõe para a produção de sua subsistência.<br />

A escola se constitui como um <strong>do</strong>s principais contextos de interação cotidianos,<br />

ao qual se integram família e comunidade. Na escola os jovens permanecem<br />

cerca de 30 horas semanais, desenvolvem atividades de lazer e compõem sua rede<br />

de sociabilidade. Há que se considerar que as redes de sociabilidade, construídas<br />

nos contextos de interação cotidianos (comunidade-família-escola), num universo<br />

que compreende em torno de 150 famílias assentadas e algumas poucas de<br />

pequenos agricultores da região, costumam compor-se pelas mesmas pessoas.<br />

Para auxiliar a compreensão da noção de juventude utilizamos as categorias<br />

dependência e proteção, presentes também no debate sobre a infância. Estar ou<br />

não na escola, trabalhar ou não, constituir nova família ou não, parece-nos que só<br />

indicam passagem à vida adulta se transformarem a posição <strong>do</strong> sujeito na equação<br />

“dependência-proteção.” Há que se considerar ainda que não se trata de limites fixos<br />

ou lineares entre uma fase de vida e outra, mas limiares que aproximam e/ou<br />

distanciam o jovem da infância e da vida adulta. Identificamos um movimento<br />

constante no processo de constituição da juventude, na imbricação <strong>do</strong>s fatores<br />

que a determinam, bem como são dinâmicas as percepções juvenis acerca das<br />

representações de gênero.<br />

Sexualidade e saúde sexual e reprodutiva<br />

Como dissemos anteriormente, um marco da trajetória juvenil é o ingresso no<br />

universo das relações amorosas ou afetivo/sexuais. Heilborn (et al, 2002: 22) afirma<br />

que “uma das principais transições operadas na a<strong>do</strong>lescência é a passagem ao<br />

exercício da sexualidade com parceiro, que se desenrola paralelamente a uma solidificação<br />

de práticas e significa<strong>do</strong>s associa<strong>do</strong>s à contracepção e à reprodução.” Mas<br />

afinal, <strong>do</strong> que estamos falan<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> nos referimos ao “universo das relações<br />

amorosas ou afetivo/sexuais”? Mais <strong>do</strong> que isso, <strong>do</strong> que os jovens estão falan<strong>do</strong><br />

quan<strong>do</strong> se referem a ficar, namorar ou transar? Quais os significa<strong>do</strong>s de normas<br />

e práticas referentes à sexualidade para os jovens <strong>do</strong>s assentamentos <strong>do</strong> MST?<br />

Quais as informações que dispõem e acionam para viver sua sexualidade?

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