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Margarida Alves - Ministério do Desenvolvimento Agrário

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n e a D e S p e C i a l<br />

em seu cotidiano político e a consolidam como prática no campo sindical, mais<br />

que o fazem os homens.<br />

• A política de cotas a<strong>do</strong>tada legalmente pelo sindicalismo tem se mostra<strong>do</strong> um<br />

mecanismo eficiente como estratégia de ação positiva para colocar as mulheres<br />

e suas condições de discriminação na pauta sindical, dan<strong>do</strong> condições para a visibilidade<br />

e a participação feminina. As cotas são efetivamente assumidas pelos<br />

setores mais politiza<strong>do</strong>s <strong>do</strong> sindicalismo, as lideranças, em uma perspectiva de<br />

fortalecer o conjunto <strong>do</strong> movimento; nas bases, ao nível <strong>do</strong>s sindicatos municipais<br />

podem não ser levadas em conta.<br />

•<br />

Por fim as dinâmicas de cantar, movimentar o corpo, enfeitar o ambiente, motivar,<br />

animar, alegrar, brincar, rir, dançar, descontrair, ter momentos de confraternização<br />

e festa, exposição e venda de produtos artesanais exprimem um conjunto de<br />

características mais identificadas com a subjetividade, e muitas vezes com forte<br />

emocionalidade. No I Encontro de Mulheres Dirigentes <strong>do</strong> Sindicalismo Rural-<br />

CE, o encerramento foi com muitos abraços e choros entre assessoras, lideranças<br />

e participantes, que diziam: “Conseguimos! As mulheres cearenses já estão<br />

marchan<strong>do</strong>.” Nunca, em 20 anos de aproximação com o sindicalismo, vi homem<br />

chorar por realizar um encontro ou reunião política. Há aqui uma vinculação<br />

entre subjetividade e cidadania em que a política aparece como lugar de uma nova<br />

sociabilidade e de uma outra experiência subjetiva.<br />

Assim as mulheres trabalha<strong>do</strong>ras rurais emergem como categoria sujeito político<br />

construí<strong>do</strong>, e não apenas como efeito de mudanças estruturais ou conseqüência<br />

natural de uma tomada de consciência.<br />

Por isso talvez cantem tanto:<br />

Pra mudar a sociedade <strong>do</strong> jeito que a gente quer<br />

Participan<strong>do</strong> sem me<strong>do</strong> de ser mulher<br />

Essa mudança enuncia um sujeito capaz de desejos e de sonhos.<br />

Porque a luta não é só <strong>do</strong>s companheiros<br />

Participan<strong>do</strong> sem me<strong>do</strong> de ser mulher<br />

Ter um desejo próprio é estabelecer processos de diferenciação e elaborar<br />

uma identidade própria.<br />

Pisan<strong>do</strong> firme sem pedir nenhum segre<strong>do</strong><br />

Participan<strong>do</strong> sem me<strong>do</strong> de ser mulher<br />

Conquistar a existência social permite revelar-se, mostrar-se, apresentan<strong>do</strong>se<br />

e falan<strong>do</strong> em público sem me<strong>do</strong> de ser mulher trabalha<strong>do</strong>ra rural.

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