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texto integral - Allan Valenza.pdf - Universidade Federal do Paraná

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LII. – Quanto mais intellectual menos artista... da arte pequena... O grande<br />

espirito só se revela aos espiritos.<br />

LIII. – Em regra, as raças que habitam as altas latitudes têm mais intensidade de<br />

vida espiritual e menos recursos de execução (Em nota: Isto está de pelo accor<strong>do</strong> com a<br />

minha these sobre o phenomeno das visões).<br />

LIV. – A arte (na accepção ainda vigente <strong>do</strong> vocabulo) só se realiza quan<strong>do</strong> ha<br />

uma exacta correspondencia entre a vida interior e os meios de objectivação. A arte <strong>do</strong>s<br />

verdadeiramente espirituaes ainda está por crear...<br />

LV. – A tentativa <strong>do</strong>s naturistas em França não é mais <strong>do</strong> que um apercebimento<br />

<strong>do</strong>s superiores actuaes que não encontraram ainda a plastica da espiritualidade actual.<br />

Isto já se vê que reduz muito a importancia <strong>do</strong> movimento, de facto: arte que não<br />

decorre da natureza não é arte. Mas não se supponha que mesmo aquelles que<br />

mergulham nas profundezas da mysticidade andem fóra ou destaca<strong>do</strong>s da natureza.<br />

LVI. – Nietzsche não crê naquillo que em arte se chama inspiração, mas crê na<br />

contensão espiritual; crê que “não ha contemplação esthetica sem iuma condição<br />

physiologica preliminar, uma especie de inebriamento que exalte a irritabilidade de<br />

toda a machina.” Creio que elle se contradisse porque o vocabulo inspiração lhe cheirou<br />

a coisa divina... Si elle ouvisse dizer que o diabo tambem inspira, é provavel que crêsse<br />

em isnpiração...<br />

LVII. – É dificil em nossos tempos encontrar um espirito tão vasto e tão<br />

profun<strong>do</strong> como o de Nietzsche. E como se explica neste homem a ausencia <strong>do</strong> instincto<br />

preexcellente, da grande visão interior! – Quem sabe lá, no emtanto, que nos daria elle<br />

si tivesse ti<strong>do</strong> a fortuna de conservar até o fim a sua luz immensa! Qual seria a formula<br />

definitiva da sua philosophia! Que synthese nos daria ele <strong>do</strong> universo moral!<br />

LVIII. – É Spencer que tem razão, não ha duvida. Não são as idéas que dirigem<br />

o mun<strong>do</strong>, mas os sentimentos.<br />

LIX. – A minha consciencia de hoje acredita que a minha consciencia de hontem<br />

não podia ter a responsabilidade <strong>do</strong>s erros e faltas que eu andei commetten<strong>do</strong>. Mas, não<br />

foi porventura a responsabilidade da minha consciencia de hontem que creou a minha<br />

consciencia actual?<br />

LX. – Comprehen<strong>do</strong> a fortaleza moral – essa inalteravel serenidade da Fé que é<br />

o ultimo reducto indestructivel da consciencia humana. O mais, meu caro Nietzsche,<br />

esse ufania da força que proclamas, não é de um superior, e sobretu<strong>do</strong> de um verdadeiro<br />

espiritual. Esses heroismos não competem ás almas.

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