01.06.2013 Views

texto integral - Allan Valenza.pdf - Universidade Federal do Paraná

texto integral - Allan Valenza.pdf - Universidade Federal do Paraná

texto integral - Allan Valenza.pdf - Universidade Federal do Paraná

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

O livro No hospício, publica<strong>do</strong> em 1905, pelo paranaense Rocha Pombo, é<br />

classifica<strong>do</strong> pelos estudiosos que dele trataram como um romance simbolista. De<br />

acor<strong>do</strong> com Massaud MOISÉS (1984), ele forma juntamente com Amigos (1900),<br />

de Nestor Victor, e Mocidade Morta (1899), de Gonzaga Duque, o conjunto <strong>do</strong>s<br />

únicos romances que podem ser classifica<strong>do</strong>s propriamente como simbolistas. E<br />

deles, “No Hospício constitui o exemplar acaba<strong>do</strong> de romance simbolista, desde o<br />

estilo até o conteú<strong>do</strong>” (MOISÉS, 1984, 158).<br />

Para Massaud MOISÉS (1984), o simbolismo constitui-se uma retomada <strong>do</strong>s<br />

valores românticos, em especial o subjetivismo. Entretanto, esse subjetivismo<br />

simbolista não era uma mera volta ingênua ao defendi<strong>do</strong> pelo Romantismo, divergin<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> universalismo que está em voga na segunda metade <strong>do</strong> XIX, sen<strong>do</strong> o resulta<strong>do</strong> de um<br />

desenvolvimento inicial no Romantismo, ten<strong>do</strong> como núcleo da poesia a metáfora. Tal<br />

posicionamento é confirma<strong>do</strong> por CARPEAUX (1964), ao dizer que o simbolismo foi o<br />

responsável pelo ressurgimento da poesia nos poemas, ao trazer para o <strong>texto</strong> poético<br />

aquilo que sempre lhe foi próprio, ou seja, a metáfora. Entretanto, percebe-se que a<br />

grande maioria das metáforas empregadas pelo Romantismo em pouco tempo cede<br />

lugar aos próprios objetos, dan<strong>do</strong> início à poesia parnasiana. De tal posicionamento,<br />

tem-se que por um tempo, a poesia não foi poesia.<br />

A poesia simbolista se dizia nova por trabalhar com símbolos. Falsa tese, uma vez que<br />

toda poesia, em todas os tempos, usa símbolo. Porém, para compreender o papel histórico<br />

da poesia simbolista, vale ressaltar que a poesia imediatamente anterior a ela (a<br />

parnasiana) deixa de usar símbolos e prende-se a objetos. Desta forma, a poesia parnasiana<br />

não é poesia e deveu-se ao simbolismo o restabelecimento da verdadeira poesia.<br />

(CARPEAUX, 1964, 2591-2592)<br />

Isso também encontra-se em Arnold HAUSER (2000), que acrescenta que o<br />

Simbolismo é que possibilita a formação da riqueza imaginativa <strong>do</strong><br />

Impressionismo, ao mesmo tempo que dele se afasta por considerá-lo materialista,<br />

distancian<strong>do</strong>-se <strong>do</strong> Parnaso, devi<strong>do</strong> ao formalismo e racionalismo que nele<br />

encontravam e negam o emocionalismo romântico, assim como o<br />

convencionalismo de suas metáforas. De certa forma, “o Simbolismo pode ser<br />

considera<strong>do</strong> reação contra toda a poesia anterior” (HAUSER, 2000, 923). Ele<br />

descobre, ainda de acor<strong>do</strong> com HAUSER (2000), algo que nunca se conheceu<br />

antes: a poesia pura, nascida de um espírito irracional. Tal constatação faz Álvaro<br />

Car<strong>do</strong>so GOMES (1994), quan<strong>do</strong> diz que o Simbolismo surge em um con<strong>texto</strong> de<br />

euforia com relação à possibilidade de uma “Razão Triunfante” (GOMES, 1994,

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!