01.06.2013 Views

texto integral - Allan Valenza.pdf - Universidade Federal do Paraná

texto integral - Allan Valenza.pdf - Universidade Federal do Paraná

texto integral - Allan Valenza.pdf - Universidade Federal do Paraná

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

apontará para a desestruturação da organização da vida a partir <strong>do</strong> nascimento e,<br />

desta forma, se colocará contra estruturas que solidifiquem a vida, encostadas à<br />

justificativas que a transcendam, como, por exemplo, a escolha divina de algumas<br />

pessoas para que exerçam o cargo de coman<strong>do</strong>.<br />

Entretanto, o que se vê nesses perío<strong>do</strong>s posteriores à queda da força da<br />

Igreja não foi a construção na terra de uma forma de vida que se pautasse pela sua<br />

própria existência, mas que exista em nome de outra coisa, sempre maior <strong>do</strong> que<br />

ela. Na filosofia, vê-se o grande implemento da posição racionalista, como são as<br />

obras de Kant e Hegel. Na ciência, é possível constatar um grande avanço<br />

tecnológico, impulsiona<strong>do</strong> por uma nova postura sobre a relação entre os pares<br />

homem–mun<strong>do</strong>, e homem–conhecimento, colocan<strong>do</strong> o homem em uma posição de<br />

<strong>do</strong>mínio, mas ora retiran<strong>do</strong>-o <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, ora queren<strong>do</strong> tratá-lo como sen<strong>do</strong> um<br />

outro ser qualquer nesse mun<strong>do</strong>. No primeiro caso, vê-se uma ciência natural, que<br />

procura explicar tu<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong>, a partir de uma racionalidade dada como certa e<br />

inquestionável. Para tal postura, não havia a possibilidade de se levar em conta a<br />

interferência <strong>do</strong> pensamento de quem produz a ciência nos resulta<strong>do</strong>s por ela<br />

obti<strong>do</strong>s. Já no segun<strong>do</strong> caso, em uma ciência social, procurou-se aplicar os mesmos<br />

princípios que se usavam para compreender o restante <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> para compreender<br />

as relações humanas.<br />

A transformação cultural que deu esnsejo ao surgimento <strong>do</strong> Simbolismo somente pode ser<br />

explicada à luz da compreensão <strong>do</strong>s fenômenos que a suscitaram. Ou seja, temos de nos<br />

reportar aos mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> século XIX, quan<strong>do</strong>, economicamente, se assistiu à intensificação<br />

da Revolução Industrial e, quan<strong>do</strong>, culturalmente, o homem tentou explicar o real através<br />

de pressupostos científicos. A Revolução Industrial, iniciada no século XVIII, atinge nesse<br />

momento o apogeu, com a produção em massa de merca<strong>do</strong>rias e com a crescente<br />

automatização. As indústrias exigem cada vez mais o serviço de mão-de-obra<br />

especializada, que aumentará consideravelmente a população das grandes metrópoles.<br />

Vive-se um momento de euforia, em que tu<strong>do</strong> se pauta pela obsessão da velocidade e da<br />

competição. Os efeitos deste rápi<strong>do</strong> progresso são imediatamente verificáveis: cresce a<br />

produção <strong>do</strong>s manufatura<strong>do</strong>s, há economia de recursos, diminuem as distâncias, graças ao<br />

recrudecimento <strong>do</strong>s meios de locomoção e da multiplicação <strong>do</strong>s serviços de imprensa.<br />

(GOMES, 1994, 11)<br />

Dentre toda essa transformação, a burguesia consolidará a sua forma de ver<br />

o mun<strong>do</strong> e, cultural e esteticamente ela será desenvolvida pelo Romantismo. Uma<br />

busca de igualitarismo aos seres que compõem o corpo social será imaginada e,<br />

mais efetivamente, buscada. A crença em ideais de bem comum será uma constante<br />

em to<strong>do</strong> o Romantismo. A forma como os seres vêem a realidade, no Romantismo,<br />

será levada em conta, existin<strong>do</strong> uma possibilidade de valorização <strong>do</strong> subjetivismo,

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!