dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras - Uem
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1.3. Ensino <strong>de</strong> Leitura<br />
Há um consenso entre os pesquisadores <strong>de</strong> que a leitura ocupa espaço<br />
privilegiado no ensino/aprendizag<strong>em</strong>, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt<strong>em</strong>ente <strong>de</strong> disciplina, <strong>de</strong> conteúdo.<br />
Em muitos casos, as cobranças reca<strong>em</strong> sobre o professor <strong>de</strong> língua, <strong>em</strong> outros casos, a<br />
cobrança, ou culpa por falhas na leitura, são <strong>de</strong>legadas ao professor alfabetizador.<br />
Diante disso, <strong>em</strong>prestamos <strong>de</strong> Solé (1998) a assertiva <strong>de</strong> que o trabalho <strong>de</strong> leitura<br />
precisa ser estendido a todos os níveis <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>, b<strong>em</strong> como, a toda a equipe<br />
pedagógica.<br />
Apesar <strong>de</strong> Smith (1999, p.10) afirmar que a maioria dos estudos sobre<br />
leitura prioriza o que <strong>de</strong>veria ser feito para melhorar o ensino, ao invés <strong>de</strong> priorizar a<br />
compreensão do processo <strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong> leitura, po<strong>de</strong>mos afirmar que, mesmo assim,<br />
muito ainda se t<strong>em</strong> por investigar e modificar no aspecto do ensino <strong>de</strong> leitura.<br />
Compreen<strong>de</strong>mos que uma perspectiva ao privilegiar o ensino pressupõe uma reflexão<br />
sobre o processo <strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong> leitura, visto ser esta reflexão <strong>de</strong> fundamental<br />
relevância para o ensino.<br />
Todo ensino se apóia <strong>em</strong> uma concepção <strong>de</strong> aprendizag<strong>em</strong> e a concepção<br />
<strong>em</strong>inente hoje é aquela que consi<strong>de</strong>ra o processo <strong>de</strong> aprendizag<strong>em</strong> como resultado da<br />
ação do aprendiz, <strong>em</strong> que o conhecimento é visto como produto da ação e reflexão do<br />
aprendiz, tendo como um dos mediadores <strong>de</strong>sse processo, o professor. Esse aprendiz é<br />
tido como alguém que possui conhecimentos prévios, cujas informações precisa<br />
transformá-las para po<strong>de</strong>r assimilá-la: “o conhecimento novo aparece como resultado <strong>de</strong><br />
um processo <strong>de</strong> ampliação, diversificação e aprofundamento do conhecimento anterior<br />
que ele já <strong>de</strong>tém” (WEISZ, 2002, p. 24). A escola precisa valorizar o conhecimento<br />
que o aluno já possui e, diante do que é oferecido pelo professor, procurar construir um<br />
novo conhecimento. Conhecimento este que estará s<strong>em</strong>pre <strong>em</strong> transformação.<br />
Dentro <strong>de</strong> uma concepção construtivista <strong>de</strong> ensino-aprendizag<strong>em</strong>, a língua<br />
escrita é vista como complexa e por isso precisa ser “oferecida por inteiro para os<br />
alunos. E <strong>de</strong> forma funcional, isto é, tal como é usada realmente” (WEISZ, 2002, p.60),<br />
e não por meio <strong>de</strong> escritos vazios. Portanto, caberá ao professor<br />
criar situações que permitam aos alunos vivenciar os usos sociais que se<br />
faz da escrita, as características dos diferentes gêneros textuais, a<br />
linguag<strong>em</strong> a<strong>de</strong>quada a diferentes contextos comunicativos, além do<br />
sist<strong>em</strong>a pelo qual a língua é grafada, o sist<strong>em</strong>a alfabético (I<strong>de</strong>m, op.cit).<br />
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