dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras - Uem
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Silva (1991) atenta para o probl<strong>em</strong>a <strong>de</strong> se estar<strong>em</strong> reproduzindo concepções<br />
muito limitadas do processo <strong>de</strong> leitura, <strong>de</strong>vido às lacunas <strong>de</strong> formação ou por falsa<br />
crença na objetivida<strong>de</strong> dos livros didáticos ou dos manuais <strong>de</strong> ensino. Essas concepções<br />
limitadas, segundo ele (i<strong>de</strong>m, p.79), “não só eliminam o seu caráter histórico-social<br />
como ten<strong>de</strong>m a um tecnicismo e a um didatismo vazios.” Havendo essa lacuna na<br />
formação, o que acaba acontecendo é a imitação <strong>de</strong> velhos professores (mecanicistas)<br />
ou a utilização passiva do livro didático, distanciando-se do conhecimento crítico b<strong>em</strong><br />
fundamentado <strong>de</strong> teorias da leitura.<br />
Enquanto para Silva (1995) <strong>de</strong>ve haver uma formação contínua para os<br />
professores (diferente <strong>de</strong> reciclag<strong>em</strong>, extensão, aperfeiçoamento), para Geraldi (1993,<br />
p. XIX) os programas especiais para formação contínua <strong>de</strong> professores “não alteram<br />
concretamente a ação global do sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> ensino”. E acrescenta que: “somente<br />
mudanças globais que pass<strong>em</strong> a consi<strong>de</strong>rar o professor um profissional do sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong><br />
educação escolar po<strong>de</strong>rão erradicar ‘a crise’ da escola”. Para Geraldi (1993, p.XX), os<br />
cursos <strong>de</strong> treinamento, reciclag<strong>em</strong>, atualizações acabam funcionando como medidores<br />
para que o professor veja “o quanto lhe falta para constituir-se como profissional. Por<br />
isso, os programas <strong>de</strong> cursos são esporádicos, <strong>em</strong>ergenciais, s<strong>em</strong> continuida<strong>de</strong>,<br />
atingindo a totalida<strong>de</strong> através das minorias que os freqüentam.” Além disso, aqueles que<br />
freqüentam, funcionam como repassadores, multiplicadores do que viram, ouviram,<br />
estudaram. Geraldi não é contra tais cursos, mas sim, da forma como são <strong>em</strong>pregados,<br />
distanciando-se <strong>de</strong> uma política mais ampla <strong>de</strong> formação do trabalho. Quanto a isso,<br />
para Silva (1995, p.89), “per<strong>de</strong>r <strong>de</strong> vista o social é <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> lado a dimensão política e<br />
filosófica das práticas <strong>de</strong> ensino. É cair nas malhas da alienação.”<br />
No entanto, a atualização ocorre <strong>em</strong> pequenas escalas, não surtindo efeito,<br />
não atingindo o probl<strong>em</strong>a, ou, <strong>em</strong> muitos casos, a responsabilida<strong>de</strong> dos probl<strong>em</strong>as<br />
educacionais é dirigida apenas ao professor. Essa formação ou atualização dos<br />
professores precisa incluir contatos com pais, bibliotecas, associações, <strong>de</strong> forma a<br />
estabelecer um intercâmbio entre as ações <strong>de</strong> “informação e formação”<br />
(FOUCAMBERT, 1994, p.11). Outra necessida<strong>de</strong> é a reorganização geral da própria<br />
escola, possibilitando condições <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver uma nova proposta pedagógica.<br />
Kleiman (1993, p.15) coloca como um dos probl<strong>em</strong>as para a falta <strong>de</strong> leitura<br />
nas escolas a “formação precária <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> profissionais da escrita que<br />
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