dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras - Uem
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<strong>em</strong> como o que os une, situar-se e dar-se meios <strong>de</strong> agir sobre eles e<br />
transformá-los (FOUCAMBERT, 1998, p. 34).<br />
Segundo o mesmo autor, não se trata <strong>de</strong> formação técnica, mesmo que <strong>em</strong><br />
um primeiro momento o ensino da leitura <strong>de</strong>penda <strong>de</strong> “uma especialização técnica <strong>de</strong><br />
acordo com as diversas disciplinas e os níveis sucessivos <strong>em</strong> que ela se exerce” (i<strong>de</strong>m,<br />
p.35).<br />
As exigências se tornam maiores se o professor assumir uma postura<br />
construtivista <strong>de</strong> ensino, pois “precisa se tornar capaz <strong>de</strong> criar ou adaptar boas situações<br />
<strong>de</strong> aprendizag<strong>em</strong>, a<strong>de</strong>quadas a seus alunos reais, cujos percursos <strong>de</strong> aprendizag<strong>em</strong> ele<br />
precisa saber reconhecer” (WEISZ, 2002, p.118).<br />
Para Weisz (op.cit.), “O professor que pretenda qualificar-se melhor para<br />
lidar com a aprendizag<strong>em</strong> dos alunos precisa estudar e <strong>de</strong>senvolver uma postura<br />
investigativa”, portanto, <strong>em</strong> constante qualificação.<br />
Conforme Foucambert (1994, p.11), as práticas pedagógicas ten<strong>de</strong>rão a<br />
modificar-se se os “profissionais partilhar<strong>em</strong> a informação teórica fundamental,<br />
resultante das pesquisas <strong>em</strong> curso.” Ao lado da discussão pedagógica há um outro<br />
probl<strong>em</strong>a: o impasse entre o novo e o velho (SUASSUNA, 1995) e isso exige nova<br />
postura diante <strong>de</strong> velhas e consagradas atitu<strong>de</strong>s, exige mudança <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>. Mudar <strong>de</strong><br />
atitu<strong>de</strong> requer revisão da teoria na sua íntima relação com a prática. Para Zanini (1999,<br />
p.84), a “prática exige um rompimento com tradições e preconceitos, a fim <strong>de</strong> que se<br />
entenda que qu<strong>em</strong> ensina e qu<strong>em</strong> apren<strong>de</strong> são pessoas dotadas <strong>de</strong> vida, portanto, <strong>de</strong><br />
história” e uma história <strong>em</strong> constante renovação.<br />
O posicionamento do professor sobre a prática <strong>de</strong> sala <strong>de</strong> aula como um<br />
objeto <strong>de</strong> estudo e reflexão (BRASIL, 1999; WEISZ, 2002) é <strong>de</strong>nominado <strong>de</strong><br />
“t<strong>em</strong>atização da prática”. Muitas vezes, o professor não t<strong>em</strong> consciência <strong>de</strong> sua própria<br />
prática, das concepções subjacentes às suas práticas <strong>em</strong> sala <strong>de</strong> aula. Essa reflexão,<br />
certamente, o ajudaria a <strong>de</strong>tectar prováveis falhas e indicaria as mudanças necessárias.<br />
Essa t<strong>em</strong>atização da prática é possível para a formação inicial, nas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> microensino<br />
e nos momentos dos estágios <strong>de</strong> observação, participação e regência e,<br />
posteriormente, como ativida<strong>de</strong> prático-reflexiva para a formação permanente do<br />
professor que atua <strong>em</strong> sala <strong>de</strong> aula.<br />
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