dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras - Uem
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para o ensino <strong>de</strong> leitura. Constatou, por meio <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> planos <strong>de</strong> aula e entrevistas,<br />
que os planos <strong>de</strong> aula não correspon<strong>de</strong>m às afirmações dos professores, uma vez que<br />
estes afirmaram dar um tratamento diferenciado à leitura e aqueles apresentam uma<br />
forma, com raras exceções, superficial <strong>de</strong> trabalhar a leitura. Há uma repetição da<br />
prática <strong>de</strong> muitos professores <strong>de</strong> Língua Portuguesa e o conceito <strong>de</strong> leitura que os<br />
acadêmicos <strong>de</strong>monstram ter é da leitura restrita à <strong>de</strong>codificação, <strong>em</strong> que são valorizadas<br />
a pronúncia e a entonação. É comum, ainda, o levantamento <strong>de</strong> vocabulário e uso do<br />
dicionário. Os exercícios, com raríssimas exceções, não ating<strong>em</strong> o nível da<br />
interpretação, visto que as respostas encontram-se explícitas no texto e não exig<strong>em</strong> o<br />
menor esforço. De acordo com Souza, a leitura é vista também como pretexto para<br />
outras ativida<strong>de</strong>s e, para alguns acadêmicos, ela se encontra restrita aos textos<br />
literários. Alguns pontos positivos foram observados nos planos <strong>de</strong> aula: coerência do<br />
t<strong>em</strong>a com o <strong>de</strong>senvolvimento da aula; promoção <strong>de</strong> discussões <strong>em</strong> torno do texto lido;<br />
uso <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s prévias <strong>de</strong> leitura; critério <strong>de</strong> seleção do texto <strong>de</strong> acordo com a série;<br />
utilização <strong>de</strong> textos variados. Mesmo assim, o autor constatou que a maioria dos<br />
acadêmicos não está preparada para atuar no ensino <strong>de</strong> leitura, <strong>de</strong> forma a<strong>de</strong>quada. A<br />
bibliografia sugerida no programa não aparece nos relatórios dos acadêmicos, eles não<br />
<strong>de</strong>monstram conhecimento e manejo <strong>de</strong>las. Segundo o autor, “há um esforço da<br />
Instituição e dos professores da disciplina Estágio Supervisionado <strong>em</strong> preparar os<br />
acadêmicos para atuar<strong>em</strong> <strong>de</strong> maneira competente no ensino <strong>de</strong> Língua Portuguesa e,<br />
conseqüent<strong>em</strong>ente, no ensino <strong>de</strong> leitura” (p.113).<br />
Como observamos, há uma preocupação dos pesquisadores com o ensino <strong>de</strong><br />
leitura, no ensino superior nos mais diversos cursos, períodos e regiões do Brasil.<br />
Constatamos, pela representativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sses trabalhos, que vários foram os enfoques<br />
<strong>de</strong> pesquisa e que muito ainda se t<strong>em</strong> para fazer sobre o t<strong>em</strong>a. Dessa forma, esse<br />
levantamento apresenta um panorama da realida<strong>de</strong> acadêmica <strong>em</strong> contextos distintos, o<br />
que nos possibilita conhecer outras propostas, abre-nos para novas perspectivas e<br />
aproxima-nos do nosso objeto <strong>de</strong> estudo que é a leitura no ensino superior.<br />
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