rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ
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XV do mar, e da Avenida Perimetral, no mesmo período, compreendendo a “área entre a<br />
Praça Mauá e a antiga Ponta do Calabouço” 213 , onde hoje está localizado o Museu Histórico<br />
Nacio<strong>na</strong>l. Têm-se também a abertura dos túneis <strong>na</strong> direção Centro-Zo<strong>na</strong> Sul e a implantação<br />
do sistema de metrô, <strong>na</strong> década de 1970 214 .<br />
Tais ações se aplicam ao contexto político-administrativo da década de 1960, no qual<br />
o planejamento urbano <strong>na</strong> <strong>cidade</strong> do Rio de Janeiro apresentou novas estratégias após a<br />
criação do Estado da Gua<strong>na</strong>bara, condição política que legitimou o Rio de Janeiro a uma<br />
<strong>cidade</strong>-estado. São propostas ações de “embelezamento, lazer, cultura, excepcio<strong>na</strong>lidade<br />
arquitetônica, estímulo à circulação, e, ainda, diretrizes de ocupação territorial (por exemplo:<br />
valorização da Zo<strong>na</strong> Oeste)” 215 .<br />
Na década de 1970, há a criação do “novo Estado do Rio de Janeiro, incorporando o<br />
recém-criado Estado da Gua<strong>na</strong>bara, agora transformado em sua capital, e a Região<br />
Metropolita<strong>na</strong> do Rio de Janeiro (RMRJ)” 216 . Tanto a metrópole do Rio de Janeiro como seu<br />
município-núcleo sofrem as “marcas das políticas setoriais” do modelo brasileiro de<br />
desenvolvimento, consolidando as desigualdades sócio-espaciais presentes ainda hoje, já que<br />
permanece a manutenção da concentração de investimentos no município-núcleo (RIBEIRO,<br />
2000).<br />
Até a década de 1960, a delimitação física-territorial da área central se baseava em<br />
aspectos funcio<strong>na</strong>is (tipos de atividades), pela valorização dos terrenos aí localizados e <strong>na</strong><br />
distribuição da população residente (concentração de moradias), segundo a pesquisa realizada<br />
pelo IBGE, em 1967 217 . Neste sentido, tal delimitação se diferenciava dos limites oficiais<br />
estabelecidos até então para a zo<strong>na</strong> central ou comercial, abrangendo “um perímetro limitado,<br />
no sentido leste-oeste, do aterro da Glória até a Lapa, contor<strong>na</strong>ndo a vertente norte do maciço<br />
213 BARROS, op.cit., p.8.<br />
214 SILVEIRA, passim. Desde este período foram sendo acrescentadas várias estações que servem à dinâmica<br />
do centro, como as “estações Glória, Praça Onze e Estácio, <strong>na</strong>s bordas da área central, e Cinelândia, Carioca,<br />
Uruguaia<strong>na</strong>, Presidente Vargas e Central, no interior de seus limites” (RABHA, op.cit., p.223).<br />
215 RIBEIRO, 2000, p.14.<br />
216 RIBEIRO, loc.cit.<br />
217 Segundo Rabha, “as características do centro da <strong>cidade</strong> do Rio de Janeiro <strong>na</strong> década de sessenta foram<br />
resgatadas utilizando, como fonte principal de informações, pesquisa realizada por equipe de geógrafos do IBGE<br />
(DUARTE, 1967), denomi<strong>na</strong>da ‘A área central da <strong>cidade</strong> do Rio de Janeiro’”. Apesar da abordagem teóricometodológica<br />
típica da Geografia Tradicio<strong>na</strong>l ou Quantitativa, é “<strong>na</strong> qualidade dos levantamentos efetuados, no<br />
registro da fisionomia e estrutura da área central carioca para a década de sessenta [que] revela-se o inestimável<br />
valor desta obra que resgata uma temporalidade perdida, decorridos quase quarenta anos de história urba<strong>na</strong><br />
carioca”. Rabha propõe no capítulo quatro de sua tese uma “radiografia do centro da <strong>cidade</strong>”, entre os anos de<br />
1960 a 2000, utilizando-se metodologicamente de uma comparação entre os dados de Duarte (1967) e dados<br />
recentes levantados e coletados por ela e sua equipe.