rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ
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Historicamente as áreas centrais das diferentes metrópoles do mundo passaram por<br />
transformações ligadas a fatores de circulação e especialização devido ao processo de<br />
expansão urba<strong>na</strong>, resultando: <strong>na</strong> dispersão e descentralização de funções urba<strong>na</strong>s importantes;<br />
no surgimento dos subcentros e equipamentos urbanos especializados como os shoppings<br />
centers; e, em alguns contextos, como a configuração de “novas <strong>centralidade</strong>s”.<br />
É desnecessário recuperar às inúmeras dimensões representativas que se condensam<br />
<strong>na</strong>s áreas centrais da metrópole. Cabe aqui frisar que são regiões onde se concentram<br />
empresas – sobretudo do setor terciário - e, portanto, empregos para consideráveis<br />
parcelas da população. Isso sem falar também sobre a grande densidade de serviços<br />
oferecidos, as atividades comerciais, a concentração de instituições políticoadministrativas<br />
e religiosas, além do patrimônio representado pelo conjunto de suas<br />
edificações e, mesmo em alguns casos, o fato de também constituírem áreas de<br />
moradia para setores de classes médias e populares. Outra dimensão a ser assi<strong>na</strong>lada<br />
é que <strong>na</strong>s regiões centrais de uma metrópole realiza-se, em maior ou menor grau, a<br />
densidade dos contatos face a face que marcam a vida pública moder<strong>na</strong>, constituída<br />
por múltiplas dimensões como o encontro e a sociabilidade, a mediação de distintos<br />
conflitos, a tolerância à diversidade sociocultural, as manifestações políticas etc.,<br />
que ganham nesses espaços a expressão mais acabada (FRÚGOLI JÚNIOR, op.cit.,<br />
p.42)<br />
Corrêa (1999 e 2001) traz contribuições teóricas importantes para o entendimento da<br />
dinâmica das áreas centrais e sua organização espacial. Segundo o autor, o elemento<br />
intermediário entre os processos sociais e a produção espacial são os processos espaciais 112<br />
que dão forma, movimento e conteúdo ao espaço urbano. Esses processos espaciais definem a<br />
produção da materialidade, as formas urba<strong>na</strong>s e as suas funções dentro da estrutura urba<strong>na</strong>.<br />
Este elemento viabilizador constitui-se em um conjunto de forças que atuam ao<br />
longo do tempo e que permitem localizações, relocalizações e permanência das<br />
atividades e população sobre o espaço urbano. São os processos espaciais,<br />
responsáveis imediatos pela organização espacial complexa que caracteriza a<br />
metrópole moder<strong>na</strong> (CORRÊA, 2001, p.122).<br />
São eles e suas respectivas formas originárias:<br />
(1) centralização e a área central (núcleo central e a zo<strong>na</strong> periférica do centro)<br />
(2) descentralização e núcleos secundários (sub-centros comerciais e de serviços, e<br />
áreas industriais não-centrais)<br />
(3) coesão e as áreas especializadas<br />
112 Segundo CORRÊA, tais processos espaciais “foram colocados em evidência desde a segunda metade do<br />
século XIX e, sobretudo <strong>na</strong> primeira metade deste, por economistas como Hurd e Haig, sociólogos da Escola de<br />
Ecologia Huma<strong>na</strong> como Park e Mckenzie, e os geógrafos urbanos como Colby” (2001, pp.122-123).