rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ
rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ
rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
115<br />
para outros bairros e o seu impacto sobre o mercado de imóveis da área central, provocando<br />
alterações nos estoques residenciais e comerciais como apontam dados e pesquisas.<br />
Segundo Cezar (2001), o centro da <strong>cidade</strong> vem seguindo uma tendência de retração<br />
demográfica. A partir do Censo 2000, o autor concluiu que, com algumas exceções, a Área de<br />
Planejamento I, que engloba o bairro do Centro, vem seguindo uma tendência histórica de<br />
retração da população residente. Segundo o autor, entre 1996 e 2000, <strong>na</strong>da menos que 13.600<br />
pessoas deixaram esta área. Há, portanto, transformações <strong>na</strong> <strong>centralidade</strong> principal já que à<br />
medida que se “perde população, perde-se a conectividade e logo a <strong>centralidade</strong>” 249 .<br />
A respeito da perda de importância do Centro no mercado de imóveis comerciais, esse<br />
fenômeno se refere às conveniências ou oportunidades de especulação. Concordando com<br />
Cezar, os capitais deixam de atuar em determi<strong>na</strong>da área quando as possibilidades de<br />
realização de ganhos excepcio<strong>na</strong>is se esgotam.<br />
Carneiro (2001), em seu trabalho “Domicílios e ocupação no Rio”, aponta que a II RA<br />
(Centro) é classificada como sendo de alta proporção de domicílios não-ocupados. Para o<br />
pesquisador, a RA do Centro vem historicamente sofrendo um processo de esvaziamento<br />
populacio<strong>na</strong>l: desde o início do Século XX, com a ampliação do espaço para ruas e praças e,<br />
<strong>na</strong>s últimas décadas, devido à especialização de serviços e mudança de uso, ou seja, a<br />
transformação de áreas tradicio<strong>na</strong>lmente residenciais em escritórios, lojas, etc.<br />
O deslocamento do capital imobiliário está totalmente ligado ao caráter mutável e ao<br />
mesmo tempo segregador do espaço urbano capitalista. Como as modificações no espaço<br />
estão geralmente de acordo com as aspirações da classe domi<strong>na</strong>nte, o espaço se altera<br />
impactando negativamente a classe de menos poder aquisitivo; no entanto, devido ao caráter<br />
segregacionista do espaço (este legitimado pelo Estado), essa condição se impõe e se “adapta”<br />
ao cotidiano das pessoas, facilitando o deslocamento livre do capital. Os principais fatores<br />
para a reorganização do espaço e, conjuntamente, para a segregação do mesmo são a<br />
adaptação aos novos processos de reprodução das relações de produção, à especialização das<br />
classes sociais <strong>na</strong> <strong>cidade</strong> e à valorização capitalista do solo urbano 250 .<br />
A respeito da dinâmica do capital imobiliário <strong>na</strong> <strong>cidade</strong> do Rio de Janeiro:<br />
249 SILVEIRA, op.cit., p.209.<br />
250 MARAFON, 1997.<br />
Recentemente, desenvolveram-se outras <strong>centralidade</strong>s, ressaltando-se a Barra da Tijuca, área de<br />
ocupação recente <strong>na</strong> extensão da Zo<strong>na</strong> Sul e que adquiriu a dinâmica antes atribuída a<br />
Copacaba<strong>na</strong>. Nesse contexto amplo e constituído de <strong>centralidade</strong>s de diversos níveis<br />
hierárquicos, a área central passou a enfrentar a concorrência de investimentos que se<br />
concentram no litoral sul e <strong>na</strong> construção de shopping centers em locais estratégicos. Todavia,