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rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ

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37<br />

No início dos anos 1950, emerge uma vertente crítica formulada por dissidentes da<br />

urbanística do Movimento Moderno, no caso opositores da orientação<br />

haussmanniano – corbuseria<strong>na</strong> (...) que exigia a criação de lugares em que fosse<br />

possível revitalizar as <strong>cidade</strong>s destruídas pela guerra ou pelo predatório urbanismo<br />

moderno. (...) Tratava-se de uma proposta de re-centralização da <strong>cidade</strong> dispersa<br />

pelo processo de crescimento e suburbanização, ratificando a crítica à visão de<br />

<strong>cidade</strong> funcio<strong>na</strong>l. Consideravam a necessidade de restituir o espaço público nos<br />

centros urbanos, mediante a reestruturação do ‘coração da <strong>cidade</strong>’, expressão de<br />

Camillo Sitte, que constituiria o centro vital da <strong>cidade</strong>, local onde seria possível<br />

desenvolver-se o ‘sentido de comunidade’ (ARANTES, 1993 apud SILVEIRA,<br />

2004, p.37/ 49).<br />

No entanto, como apontado por Arantes, tal “postura crítica em relação aos<br />

‘modernos’ (...) parece ter sido suplantada pelos projetos recentes do Estado desti<strong>na</strong>dos à<br />

restauração dos espaços de vida pública”. E enfatiza que, “no momento atual, tem sido<br />

reforçada a atuação do capital <strong>na</strong> produção dos espaços urbanos”, assim como...<br />

a implementação de políticas de planejamento da <strong>cidade</strong> através da incorporação da<br />

cultura. Essa atuação do poder público seria especialmente visível <strong>na</strong> inserção da<br />

arquitetura protegida pelo patrimônio e dos grandes equipamentos públicos, como<br />

casas de cultura e novos museus, no conjunto estratégico das políticas culturais<br />

(SILVEIRA, op.cit., p.40).<br />

Seguindo esta mesma linha de pensamento apresentamos o debate sobre centro e<br />

reestruturação produtiva <strong>na</strong> metrópole contemporânea numa escala de análise que ultrapassa a<br />

intra-urba<strong>na</strong> e abarca o processo de urbanização global, “a qual é, ao mesmo tempo, produto e<br />

condição de processos sociais de transformação, vigentes <strong>na</strong> fase mais recente do<br />

desenvolvimento capitalista” 54 .<br />

A partir dos anos 1960/1970, com o surgimento das novas tecnologias da<br />

informação, entre outros processos, as transformações que vêm ocorrendo <strong>na</strong><br />

organização espacial das grandes <strong>cidade</strong>s têm suscitado novos questio<strong>na</strong>mentos<br />

(SILVEIRA, op.cit., p.50).<br />

Interessa salientar que as recentes transformações <strong>na</strong>s formas de apropriação social da<br />

área central do Rio de Janeiro revelam-se “parte de projetos maiores de reestruturação do<br />

espaço mundial” 55 , e podem ser entendidas a partir das novas relações espaço-tempo e do<br />

“processo de reprodução da sociedade mundializada” 56 . Assim, considera-se que a<br />

configuração sócio-espacial da área central do Rio de Janeiro reflete a re-configuração<br />

espacial das atividades huma<strong>na</strong>s a partir da: reestruturação do sistema capitalista (baseado <strong>na</strong><br />

54 HARVEY, 1996.<br />

55 SÁNCHEZ, 2003.<br />

56 CARLOS, 2004.

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