rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ
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Tais reflexões fazem repensar a geografia econômica da metrópole carioca <strong>na</strong><br />
atualidade, assim como as suas funções produtivas que tem se direcio<strong>na</strong>do cada vez mais para<br />
a dimensão fi<strong>na</strong>nceira e de serviços. Nesse sentido, destaca-se que a “a força do terciário no<br />
Rio de Janeiro não pode ser considerada, portanto, uma tendência recente”, como nos aponta<br />
Ribeiro (2000) 245 . Segundo Oliveira, a partir da verificação de dados relativos à quantidade de<br />
trabalhadores ativos no mercado formal <strong>na</strong> <strong>cidade</strong> do Rio de Janeiro, por setor de atividades,<br />
no período de 1985 a 2000, pode-se concluir que “ocorreram perdas (...) em quase todos os<br />
segmentos, exceto nos de comércio e de serviços” 246 .<br />
A ampliação do setor terciário inclui-se no contexto caracterizado pela emergência da<br />
economia de serviços <strong>na</strong>s metrópoles, após a década de 1970, e que alguns autores<br />
denomi<strong>na</strong>m de “terciarização da economia”, cuja origem baseia-se <strong>na</strong>s mudanças que as<br />
atividades de serviços sofreram “a partir da recente reestruturação produtiva das empresas e<br />
das economias mundiais e particularmente com o apoio das inovações tecnológicas” 247 .<br />
As tecnologias da informação e da comunicação têm conduzido à industrialização dos<br />
serviços, à inovação organizacio<strong>na</strong>l e a novas formas de comercialização dos serviços,<br />
no que se refere aos relacio<strong>na</strong>mentos entre produtor e consumidor, acarretando novas<br />
modalidades ou formas modificadas de serviços (SILVEIRA, op.cit., p.66).<br />
Dentro deste contexto, há um incremento da “fi<strong>na</strong>nceirização” em São Paulo, com a<br />
transferência das sedes de grandes empresas, entre elas a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro<br />
no ano 2000 248 . No entanto, apesar da fuga de sedes de empresas para outros bairros da <strong>cidade</strong><br />
e estados como São Paulo, a área central do Rio de Janeiro tem afirmado a sua <strong>centralidade</strong> <strong>na</strong><br />
função de comando em relação aos segmentos ligados às telecomunicações e energia, cujas<br />
plantas industriais estão se instalando com grande força <strong>na</strong> região Norte Fluminense.<br />
Devido ao contexto de “crise urba<strong>na</strong>”, no período mencio<strong>na</strong>do, o espaço urbano da<br />
área central se degradou devido ao não investimento tanto por parte do poder público quanto<br />
privado. Quanto a este último, houve deslocamento do capital imobiliário <strong>na</strong> malha urba<strong>na</strong><br />
245 RIBEIRO, 2000, p.12-3.<br />
246 Ibid., p.90.<br />
247 KON, 1999, p.65.<br />
248 Segundo Oliveira em nota, “é importante salientar, quando a<strong>na</strong>lisamos esse processo, que o fato de ser uma<br />
importante referência turística e de serviços não permite à <strong>cidade</strong> do Rio de Janeiro uma economia<br />
exclusivamente de serviços. Historicamente a <strong>cidade</strong> centralizou a maior parte das indústrias <strong>na</strong> RMRJ e muito<br />
de seu comércio e serviços baseava <strong>na</strong>s indústrias locais. Com o esgotamento dessa atividade, tudo se altera.<br />
Talvez o principal exemplo dessa associação tenha sido o fechamento da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro.<br />
Sem uma base industrial forte, não se justifica a permanência da Bolsa...” (op.cit., p.90).