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rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ

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27<br />

O espaço urbano do centro da <strong>cidade</strong> do Rio de Janeiro, devido à complexidade da sua<br />

estrutura espaço-temporal 19 , pode ser a<strong>na</strong>lisado sob uma multipli<strong>cidade</strong> de abordagens<br />

teórico-metodológicas. Sendo assim, a Área Central é considerada aqui a partir de um<br />

pensamento geral sobre as <strong>cidade</strong>s - “como compósitos de espacialidades e de<br />

temporalidades”, inseridos no “processo de reprodução do espaço urbano gerador de formas,<br />

conteúdos e representações que se inserem em múltiplos níveis de investigação” 20 .<br />

Com efeito, “espaço físico da <strong>cidade</strong> deve ser sempre considerado em suas relações<br />

culturais” 21 , logo, percebe-se a Área Central do Rio de Janeiro como uma realidade sócioespacial<br />

complexa devido à sua histórica função de <strong>centralidade</strong> nos diversos cenários<br />

políticos, econômicos e sociais da <strong>cidade</strong> – e desde a sua formação. A posição do centro 22 da<br />

<strong>cidade</strong> <strong>na</strong> história do Rio de Janeiro é percebida pelo legado de formações sócio-espaciais –<br />

coexistências – fruto do “papel de capital (da colônia, do Reino, do Império e da República)<br />

exercido pela <strong>cidade</strong> ao longo de quase duzentos anos (1763 a 1960), tor<strong>na</strong>do-a palco de<br />

transformações políticas, econômicas, sociais e culturais” 23 pelos atores públicos e privados.<br />

Considerando que a dinâmica urba<strong>na</strong> constrói-se historicamente através de práticas<br />

materiais e simbólicas por diversos atores sociais, esta dissertação visa compreender o papel<br />

atual do centro para a <strong>cidade</strong> do Rio de Janeiro. Desta forma, suscita-se a reflexão acerca dos<br />

processos históricos que engendram a formação desta <strong>centralidade</strong>, resultando numa<br />

fisionomia e importância social diferente em relação ao restante da <strong>cidade</strong>. Outro problema<br />

central são os processos que envolvem a sua dinâmica recente, a partir das últimas décadas do<br />

Século XX, representativos do movimento de reprodução da uma sociedade capitalista<br />

mundializada, e que desafiam a metrópole carioca.<br />

A intenção deste capítulo se volta para a compreensão da organização inter<strong>na</strong> da<br />

<strong>cidade</strong>, concentrando-se no processo de estruturação de uma área central e sua dinâmica ao<br />

longo do tempo, no caso do objeto estudado – o centro da metrópole carioca. Como reflexo<br />

de uma sociedade capitalista em processo contínuo de expansão, esta área sofreu processos de<br />

centralização, descentralização e recentralização de acordo com cada momento histórico,<br />

legando diferentes sentidos para a <strong>centralidade</strong> nos âmbitos territorial, funcio<strong>na</strong>l e simbólico,<br />

e logo, variadas formas de apropriação social.<br />

19 SANTOS, 1997.<br />

20 ABREU, 2003, p.97.<br />

21 SILVEIRA, 2004, p.30.<br />

22 Consideramos neste trabalho diversos termos associados à <strong>centralidade</strong> urba<strong>na</strong>, no entanto, no que se refere<br />

ao recorte espacial do nosso objeto de estudo, os termos Área Central e Centro adquirem o mesmo sentido e<br />

delimitação geográfica. Esta querela será melhor trabalhada no Capítulo 2.<br />

23 RODRIGUES, 1998, p.37.

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