rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ
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segregacionista. Segundo Villaça (1998), neste período de reformas promovidas pelo Estado<br />
houve a constituição de duas áreas distintas no centro do Rio de Janeiro.<br />
Num extremo, surgiu a parte popular que ocupava a antiga área nobre, agora<br />
abando<strong>na</strong>da: a região da Praça Mauá e a Praça Tiradentes. No outro extremo,<br />
voltado para os novos bairros nobres da florescente zo<strong>na</strong> Sul, surgiu a nova parte<br />
nobre do centro. Isso se deu articuladamente com o novo processo de segregação<br />
que se iniciou e se acentuou <strong>na</strong>s décadas seguintes, segundo o qual <strong>na</strong> chamada zo<strong>na</strong><br />
Sul se concentraram crescentemente as camadas de mais alta renda, e <strong>na</strong> zo<strong>na</strong> norte<br />
as de renda mais baixa (VILLAÇA, op.cit., p.120).<br />
2.1.2. O surgimento dos Centros Funcio<strong>na</strong>is<br />
Duarte (1974), em sua pesquisa sobre a distribuição espacial dos centros funcio<strong>na</strong>is no<br />
Estado da Gua<strong>na</strong>bara, já alertava para mudanças <strong>na</strong> estrutura urba<strong>na</strong> da <strong>cidade</strong> e,<br />
consequentemente, do seu centro. De 1920 a 1950, a população da antiga Gua<strong>na</strong>bara<br />
simplesmente dobrou o seu contingente. À medida que a população crescia e com a melhoria<br />
<strong>na</strong>s formas de mobilidade aumentava também o espaço construído composto de nova<br />
dinâmica de atividades. Têm-se, então, a expansão dos subúrbios e das atividades terciárias de<br />
comércio e serviços, e a formação de uma rede de subcentros 198 espalhados nos bairros.<br />
Segundo Rabha, a política populista do governo Vargas cooperou para o crescimento<br />
dos subúrbios no Rio de Janeiro, visando inserir a <strong>na</strong>ção numa nova etapa de<br />
desenvolvimento.<br />
O governo iniciado em 1930 apresentava-se comprometido com a melhoria das<br />
condições de vida das classes trabalhadoras, buscando fortalecer os direitos dos<br />
empregados e racio<strong>na</strong>lizar o tempo gasto <strong>na</strong> circulação pendular das massas. Por<br />
outro lado, era explícito o interesse em ampliar e expandir setores industriais de base<br />
urba<strong>na</strong>. No Rio de Janeiro tais premissas estariam correlacio<strong>na</strong>das à melhoria dos<br />
transportes ferroviários, promoção de moradias populares, abertura das avenidas<br />
Brasil e das Bandeiras e <strong>na</strong> industrialização crescente da zo<strong>na</strong> suburba<strong>na</strong>, que já<br />
apresentava empresas importantes como a Cisper e a General Eletric, abertas em<br />
1917 e 1921, respectivamente no bairro de Maria da Graça, a Klabin em<br />
Bonsucesso, a Cia Nacio<strong>na</strong>l de Tecidos Nova América, aberta em 1924 no bairro de<br />
Del Castilho. Na década de 30 foram ainda implantadas a Gilete, a Silva Pedrosa<br />
(rolhas metálicas), a Companhia Nacio<strong>na</strong>l de Papel no Jacarezinho e outros<br />
estabelecimentos metalúrgicos em Benfica. Ainda surgiriam novas indústrias<br />
químicas e metalúrgicas em Honório Gurgel,além de fábrica de cimento branco em<br />
Irajá (RABHA, 2006, p.210).<br />
198 São mencio<strong>na</strong>dos Madureira, Copacaba<strong>na</strong>, Méier, Tijuca, Penha, Campo Grande, Ramos, Bom Sucesso,<br />
Ipanema, Catete, Botafogo, Bangu, Pilares/Abolição, Cascadura e Santa Cruz.