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rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ

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137<br />

históricas de efetivação dos interesses globais e seus agentes <strong>na</strong> nova espacialidade<br />

urba<strong>na</strong>” (Ibid., p.547).<br />

A construção de uma imagem requalificada 305 da Área Central, como concentradora<br />

do velho e do novo “é tor<strong>na</strong>da um espetáculo mercantil da <strong>cidade</strong>” 306 , um recurso estratégico<br />

para a promoção das potencialidades “peculiares”, mas também “globais” da <strong>cidade</strong> <strong>na</strong> era da<br />

competição interurba<strong>na</strong> e de inserção no espaço global.<br />

Tal imagem “resignificada” e com vistas à promoção econômica da <strong>cidade</strong> no período<br />

contemporâneo concretiza-se <strong>na</strong> relação entre materialização e simbolização, a partir de duas<br />

vertentes: um viés cultural-preservacionista – “o velho”, e outro modernizante – “o novo”.<br />

Portanto, é proposta pelo discurso domi<strong>na</strong>nte uma urbanização baseada numa “nova escala de<br />

valores”, onde “antigo referencia e valoriza o novo” 307 .<br />

Assim, a partir do primeiro viés, a <strong>cidade</strong> é apresentada como renovada, um “lugar<br />

inovador, excitante, criativo e seguro para viver, visitar, para jogar ou consumir” 308 , e como<br />

diz Sánchez, “a invariavelmente exagerada noção de re<strong>na</strong>scimento urbano, de <strong>cidade</strong><br />

re<strong>na</strong>scida da crise ou da agonia, tem se mostrado recorrente como fórmula exitosa de venda<br />

da imagem urba<strong>na</strong> [...] em muitas <strong>cidade</strong>s do mundo” 309 . O segundo viés apresenta a <strong>cidade</strong><br />

como “competitiva”, “conectada”, “globalizada”, “empreendedora”, “flexível” 310 , capaz de<br />

prover um “bom clima de negócios e oferecer todos os tipos de atrativos para trazer capitais<br />

para a <strong>cidade</strong>” 311 .<br />

305 Além do significado da expressão utilizada por Sánchez, o uso do termo “requalificada” se dá por<br />

incorporação do conceito de requalificação urba<strong>na</strong>. O conceito de requalificação é utilizado por Magalhães<br />

(2002) para explicar as transformações do centro do Rio de Janeiro, principalmente, a partir da década de 1990,<br />

aliadas aos processos de competitividade entre as <strong>cidade</strong>s, característicos da globalização.<br />

306<br />

SÁNCHEZ, op.cit., p.497.<br />

307 PINHEIRO, 2002, p.3-4. Augusto Ivan Pinheiro é arquiteto e urbanista. Em suas últimas funções, foi<br />

subprefeito do Centro e secretário geral do Instituto Light. Atualmente é secretário de urbanismo da prefeitura do<br />

Rio de Janeiro. Foi responsável junto com uma equipe pelo Projeto Corredor Cultural – carro-chefe para os<br />

processos de preservação e renovação do centro da <strong>cidade</strong> do Rio de Janeiro promovidos pela prefeitura.<br />

308<br />

HARVEY, 1996, p.55.<br />

309<br />

SÁNCHEZ, op.cit., p.489.<br />

310<br />

Ibid., p.548.<br />

311 HARVEY, op.cit., p.57.

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