rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ
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espaços e degradação das instalações prediais e logradouros, ao trânsito, e à supremacia<br />
econômica de São Paulo.<br />
Tal processo, apontado pelo discurso domi<strong>na</strong>nte de “decadência” do Centro que<br />
perdurou entre as décadas de 1970 a 1990, resultou em edificações comerciais vazias ou<br />
subutilizadas, trazendo a queda do valor metro quadrado para aluguel/compra. Apesar das<br />
transformações <strong>na</strong> dinâmica do Centro, a <strong>centralidade</strong> dos fluxos, a existência de redes de<br />
infra-estrutura urba<strong>na</strong>, assim como a realização de políticas de revitalização por parte do<br />
poder público em parceria com o setor privado, permitiram novas formas de circulação e<br />
acumulação de capital através da re-fragmentação/articulação do centro da <strong>cidade</strong> do Rio de<br />
Janeiro no contexto metropolitano atual.<br />
Desta forma, as IES privadas utilizaram-se de estratégias de localização já<br />
mencio<strong>na</strong>das apropriando-se de uma “nova dinâmica” do mercado no setor terciário, refletido<br />
<strong>na</strong>s novas torres “inteligentes” de escritórios, que abrigam uma série de sedes de empresas<br />
estatais, <strong>na</strong> concentração de órgãos públicos como Fórum e Defensoria Pública e de empresas<br />
do sistema fi<strong>na</strong>nceiro – fontes de emprego tanto de estudantes como de professores das<br />
universidades.<br />
Em seguida à exposição do processo de expansão das IES privadas, em escala <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l<br />
e local – no caso, <strong>na</strong> Área Central do Rio de Janeiro, após a década de 1990 –, cabe a reflexão<br />
acerca do que este processo representa <strong>na</strong> dinâmica da configuração socioespacial do Centro,<br />
ou seja, nos movimentos de descentralização e de recentralização da função cultural. Lançamse<br />
os seguintes questio<strong>na</strong>mentos: Qual a importância de a função cultural situar-se no Centro?<br />
Que tipos de atividades culturais não estão mais no Centro? As universidades tinham papel <strong>na</strong><br />
dinâmica do Centro ao longo do século XX?<br />
Na intenção de contribuir com tais abordagens, são expostas as obras de Sampaio<br />
(2000), Figueiredo (2000) e Rabha (2006), autoras que procuraram sistematizar algumas<br />
informações acerca da geografia universitária desenvolvida no Brasil e <strong>na</strong> <strong>cidade</strong> do Rio de<br />
Janeiro.<br />
No Brasil, a instituição universidade é uma criação recente, datada do início do século<br />
XX, segundo Sampaio. “O surgimento das primeiras universidades ocorrerá somente após a<br />
proclamação da República (1889), mais precisamente entre 1909 e 1928”. Fundadas a partir<br />
de escolas isoladas como uma mera agregação, pode-se mencio<strong>na</strong>r, por exemplo, a<br />
Universidade do Rio de Janeiro, criada em 1920 pela reunião da Escola Politécnica<br />
(i<strong>na</strong>ugurada em 1874), da Faculdade de Medici<strong>na</strong> (1832) e da Faculdade de Direito.