rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ
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consumo das classes médias e altas, no estímulo às funções antes renegadas, assim como <strong>na</strong><br />
expulsão da população local pobre.<br />
A pesquisa apontou como atores deste processo, em primeiro lugar, o mercado<br />
imobiliário de escritórios, com as grandes incorporadoras, firmas de engenharia e arquitetura<br />
predial, que lucram com a construção ou “retrofit” e comercialização de salas ou mesmo<br />
edifícios inteiros – os chamados “inteligentes” ou pós-modernos. Há também o investimento<br />
em empreendimentos imobiliários residenciais, “ilumi<strong>na</strong>dos” no que se refere ao discurso da<br />
reversão da decadência do centro. Além destes, há os investimentos efetuados pelo poder<br />
público em parceria com o setor privado <strong>na</strong> implantação de projetos de preservação,<br />
“revitalitação” e/ou “requalificação” urbano-culturais. São ambientes preservados ou<br />
reconvertidos em espaços de lazer e entretenimento ligados à cultura, e que se convertem em<br />
espaços de consumo turístico-cultural – exemplo: os inúmeros centros culturais. Além dos<br />
novos usos ligados ao turismo cultural (visitas às bibliotecas, espaços e centros culturais e<br />
religiosos, exposições, etc.), são apontados os novos empreendimentos no setor de serviços<br />
avançados no núcleo central, como os serviços corporativos materializados nos “edifícios<br />
inteligentes”; as universidades particulares; cafés e livrarias; e a consolidação do que<br />
denomi<strong>na</strong>mos Pólo Comercial de Luxo, formado por lojas de griffe do ramo do vestuário,<br />
bolsas e calçados.<br />
Neste sentido, a dissertação ressaltou as transformações recentes porque tem passado o<br />
centro da metrópole carioca, iniciadas pelo dito processo de “decadência” do Centro<br />
tradicio<strong>na</strong>l ou principal, resultantes do processo de descentralização (político-administrativa,<br />
funcio<strong>na</strong>l, econômica), ao longo das décadas de 1970/80; e, sendo desenvolvidas <strong>na</strong><br />
articulação de uma nova dinâmica pautada <strong>na</strong> “reabilitação”, a partir de 1990. Sendo assim, a<br />
partir da pesquisa desenvolvida, acredita-se que foi possível salientar as mudanças <strong>na</strong><br />
paisagem social e material da área central como resultado dos processos sociais que projetam<br />
<strong>centralidade</strong>s urba<strong>na</strong>s, vistas enquanto imposição espacial do poder econômico e político.<br />
Acerca das recentes transformações <strong>na</strong>s formas de apropriação social da área central<br />
do Rio de Janeiro, formulou-se inicialmente a hipótese que as IES privadas localizadas no<br />
centro da <strong>cidade</strong> têm se estruturado em novos moldes no arranjo espacial da <strong>cidade</strong> desde a<br />
década de 1990. Verifica-se a crescente implantação de novos campi e unidades, além da<br />
ampliação das instalações (inclusive das sedes administrativas) de universidades privadas <strong>na</strong>s<br />
regiões do centro histórico e adjacências, tanto por parte de instituições já existentes, como<br />
também por universidades que mantinham seu campo de atuação em outros bairros da <strong>cidade</strong>.