rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ
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sociedade fluminense trazendo reflexos para o núcleo metropolitano, ou seja, a <strong>cidade</strong> do Rio<br />
de Janeiro. Segundo o autor, a “crise foi apreendida ao nível do imaginário coletivo como<br />
ápice do processo iniciado com a transferência da capital (1960) e levado adiante com a<br />
denomi<strong>na</strong>da fusão (1974)”, se expressando profundamente <strong>na</strong> “perda da auto-estima e da<br />
identidade <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l da população do ERJ, notadamente da sua fração carioca” 242 .<br />
Quanto aos fatores determi<strong>na</strong>ntes das superpostas crises são apontados pelo autor:<br />
(i) a pronunciada decadência e a falta de competitividade da indústria fluminense<br />
(no caso deste último aspecto, principalmente, quando comparada com a paulista);<br />
(ii) a efetiva redução dos gastos do governo federal no estado, como também os<br />
impactos derivados dos anúncios da sua redução; (iii) o dramático agravamento da<br />
chamada questão social; (iv) os conflitos de <strong>na</strong>tureza federativa, particularmente os<br />
estabelecidos entre os governos estadual e federal; e (v) o inegável estiolamento<br />
‘moral’ da população fluminense, em especial da carioca (NATAL, op.cit., p.27-8).<br />
Logo, para o autor, a degradação econômica do ERJ e do seu município-sede está<br />
relacio<strong>na</strong>da à “dependência da dinâmica econômica do país à própria dinâmica econômica<br />
paulista”, e da dependência cada maior do Rio de Janeiro das “atividades prestadoras de<br />
serviços e do setor público”. No momento da perda do papel de capital e a diminuição dos<br />
recursos fiscais e fi<strong>na</strong>nceiros da União, foram reveladas “fragilidades histórico-estruturais” 243 .<br />
Oliveira (2006) ressalta aspectos econômicos do quadro apresentado. Segundo o autor,<br />
como conseqüência da dita “crise estrutural de <strong>na</strong>tureza econômica que atingiu todo o país, e<br />
reduziu significativamente a participação do estado <strong>na</strong> composição proporcio<strong>na</strong>l do Produto<br />
Nacio<strong>na</strong>l Bruto” e, aliada às “mudanças <strong>na</strong>s políticas de gestão do território” que passaram a<br />
planejar o estado em sua totalidade (núcleo e interior), houve uma “progressiva diminuição da<br />
<strong>centralidade</strong> das atividades industriais do núcleo metropolitano”. Desta forma, não apresenta<br />
outros fatores causadores do esvaziamento econômico do ERJ senão a “‘ascensão’ e a ‘queda’<br />
de um modelo de industrialização centralizado <strong>na</strong> <strong>cidade</strong> do Rio de Janeiro” 244 .<br />
[...] a <strong>cidade</strong> do Rio de Janeiro, (...) vem sofrendo um intenso esvaziamento industrial<br />
e reafirmando, cada vez mais, sua condição de centro de serviços e turismo, tanto local<br />
quanto inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. Nesse mesmo processo, segue um deslocamento de importantes<br />
segmentos e setores industriais para os demais municípios localizados <strong>na</strong> metrópole<br />
fluminense, tor<strong>na</strong>do-os a base territorial industrial mais dinâmica <strong>na</strong> metrópole<br />
(OLIVEIRA, 2006, p.80).<br />
242 NATAL, loc.cit.<br />
243 Ibid., p.31-2, 35.<br />
244 OLIVEIRA, op.cit., p.80, 82 e 88.