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rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ

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entendia a estrutura inter<strong>na</strong> das <strong>cidade</strong>s como a conseqüência da luta intra-específica<br />

pela sobrevivência, numa evidente comparação com os sistemas <strong>na</strong>turais. A<br />

organização física das <strong>cidade</strong>s, a ordem moral e os termos ‘ecológicos’ como<br />

‘competição’, ‘invasão-sucessão’ e ‘assimilação-segregação’ norteavam seus<br />

trabalhos. Assim, a organização espacial e a expansão urba<strong>na</strong> eram processos<br />

‘<strong>na</strong>turais’, cujas forças bioecológicas (e ‘culturais’) do homem suplantavam as<br />

questões especificamente sociais, políticas e econômicas (JÚNIOR, 2002, p.10).<br />

A escola de Ecologia Huma<strong>na</strong> trouxe importantes contribuições ao estudo do espaço<br />

geográfico no que se refere à análise empírica e propostas teórico-metodológicas acerca do<br />

espaço intra-urbano, embora em parte adaptadas, com novas abordagens e conotações. Por<br />

exemplo, tem-se a formação de quadros interpretativos sobre: estudos da <strong>cidade</strong> e do urbano;<br />

organização espacial intra-urba<strong>na</strong>; processos e formas espaciais; descentralização e<br />

segregação; uso e ocupação do solo; valorização do solo, etc.<br />

Entre outras contribuições mencio<strong>na</strong>m-se: i) a análise sobre a estrutura urba<strong>na</strong> a partir<br />

de modelos de segregação residencial mais re-conhecidos e utilizados <strong>na</strong> interpretação do<br />

espaço da <strong>cidade</strong>; ii) a correspondência entre estrutura urba<strong>na</strong> e estrutura social (padrão de<br />

distribuição de classes ou grupos sociais); iii) a formulação de modelos de estrutura urba<strong>na</strong> 65<br />

que têm servido amplamente para demonstrar as diferenças entre a urbanização nos países<br />

desenvolvidos e subdesenvolvidos, e especificamente, <strong>na</strong>s <strong>cidade</strong>s latino-america<strong>na</strong>s; e iv) a<br />

importância dada às “relações, fluxos e processos” no que se refere à organização inter<strong>na</strong> das<br />

<strong>cidade</strong>s 66 .<br />

Segundo Rabha (op.cit), “face às mudanças que se verificavam nos contextos urbanos,<br />

muitos estudos passaram a tratar de padrões e investigar para quais atividades as<br />

centralizações/descentralizações estariam ocorrendo” 67 . Desta forma, alguns modelos<br />

espaciais foram concebidos, tanto por sociólogos quanto por economistas urbanos, “desde<br />

meados do século XIX, tentando representar de forma simplificada a organização inter<strong>na</strong> das<br />

<strong>cidade</strong>s” 68 .<br />

Em um dos primeiros modelos (Figura 1.1) a seguir,<br />

65 Ver as obras de J. G. Kohl, de medos do século XIX, e de E. W. Burgess e H. Hoyt, <strong>na</strong>s primeiras décadas do<br />

século XX.<br />

66 Em nível metodológico, começam a se destacar, ainda em meados dos anos 1960, os trabalhos de Milton<br />

Santos sobre a especifi<strong>cidade</strong> do fenômeno urbano nos países subdesenvolvidos. Trabalhos pioneiros sobre<br />

descentralização (sobretudo terciária) e agentes modeladores do espaço (sobretudo a “indústria”) datam dessa<br />

fase, estendendo-se à atualidade. Ainda sob influência desta escola, a corrente neopositivista da Geografia<br />

(Quantitativa), <strong>na</strong> década de 1970, buscava padrões espaciais, ou seja, padrões de distribuição de fenômenos no<br />

espaço intra-urbano. Esta corrente foi retrabalhada posteriormente pela crítica neoliberal (uma crítica “inter<strong>na</strong>” à<br />

teoria econômica neoclássica), e pela a crítica marxista (uma crítica “inter<strong>na</strong>” ao marxismo positivista).<br />

67 RABHA, 2006, p. 31.<br />

68 DIAS, 2005, p.14.

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