rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ
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<strong>na</strong> área central da <strong>cidade</strong> o oposto da imagem de “progresso” e “desenvolvimento”. “Faltava<br />
ao centro uma ‘ordem’ a ser edificada e ‘controlada’ de modo eficaz pelo capital e seu aliado<br />
– o Estado” 122 .<br />
Sendo capital e o principal porto do país até pelo menos a década de 1890 [...], o Rio<br />
de Janeiro vai apresentar todas as contradições possíveis quando as novas práticas<br />
capitalistas vão gradativamente se infiltrando numa estrutura urba<strong>na</strong> de feições ainda<br />
coloniais e numa sociedade escravista até 1888 (SILVEIRA, loc. cit.).<br />
A reestruturação da <strong>cidade</strong> se concretizou <strong>na</strong> administração do presidente Rodrigues<br />
Alves, que nomeou o engenheiro Francisco Pereira Passos como prefeito do Distrito Federal.<br />
Assim, no início do Século XX, é implementado pelos governos federal e municipal um<br />
amplo conjunto de reformas visando retomar a área central, então ocupada por imigrantes e<br />
famílias pobres, e ali estabelecer novos valores econômicos. Cortiços são demolidos, avenidas<br />
são abertas objetivando facilitar as ligações da área central com as regiões adjacentes, ruas são<br />
alargadas e impostas normas de comportamento social 123 .<br />
Outras intervenções urba<strong>na</strong>s características da Primeira República são as reformas e<br />
ampliações dos portos marítimos e fluviais, assim como das áreas centrais, destacando-se aí a<br />
Reforma Passos (1902-1906) e o Plano Agache, que serão mencio<strong>na</strong>dos logo adiante.<br />
A Reforma Passos representou um marco <strong>na</strong> configuração territorial da Área Central<br />
da <strong>cidade</strong>, isto é, <strong>na</strong> construção de uma área constituída de duas porções: o distrito<br />
central de negócios, eixo preferencial de negócios basicamente localizado <strong>na</strong><br />
Avenida Central; e a sua zo<strong>na</strong> periférica, expressa, sobretudo, no restante da ‘<strong>cidade</strong><br />
velha’ (SILVEIRA, op.cit., p.68).<br />
No período de 1906 a 1920, se consolidam, portanto, as tendências da urbanização do<br />
Rio de Janeiro. Há um incremento da malha urba<strong>na</strong> e, ao mesmo tempo, uma densificação <strong>na</strong><br />
ocupação do espaço. Quanto à sua área central, as freguesias que compunham o centro<br />
histórico da <strong>cidade</strong> continuam a perder população devido ao processo de especialização em<br />
zo<strong>na</strong> comercial, processo apontado desde o fi<strong>na</strong>l do Século XIX.<br />
Segundo Ribeiro (1997), <strong>na</strong>s décadas de 1920 a 1933 a <strong>cidade</strong> se verticalizou,<br />
revelando a espetacular atuação do mercado imobiliário. Na zo<strong>na</strong> central da <strong>cidade</strong>, de acordo<br />
com uma análise mais detalhada acerca das taxas de crescimento predial no Centro, o autor<br />
conclui a formação de dois eixos de crescimento especializados: a Zo<strong>na</strong> Comercial Central<br />
122 RODRIGUES, op.cit., p.39.<br />
123 MAGALHÃES, 2001.