rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ
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138<br />
Os governos municipais 312 possuem grande parcela de responsabilidade <strong>na</strong> afirmação e<br />
legitimação desta imagem <strong>na</strong> nova “circunstância histórica que tem emergência a <strong>cidade</strong>mercadoria,<br />
a <strong>cidade</strong> vendida como produto no mercado mundial” 313 . Pinheiro (2002) faz<br />
menção à ligação da ação gover<strong>na</strong>mental no processo de renovação urba<strong>na</strong> do Centro, em seu<br />
artigo publicado <strong>na</strong> série de pesquisas promovidas pela Prefeitura Municipal do Rio de<br />
Janeiro. Nele, defende a ideologia da “volta ao Centro” como reação, entre outros fatores, ao<br />
urbanismo modernista que “isolou” o centro da <strong>cidade</strong> de outras funções, além da comercial, e<br />
contribuiu para a imagem de decadência do mesmo até os anos 1990.<br />
O Rio já equacionou, dentro do possível, sua dívida com a história, ao preservar<br />
parte significativa do acervo arquitetônico e ambiental de sua área central, deixando<br />
espaço disponível para a renovação e a verticalização. (...) Este é o novo paradigma:<br />
preservar, conservar, reciclar, renovar e modernizar, aproveitando o máximo a<br />
sinergia que estas ações possam produzir. (...) o Centro do Rio tem um valor<br />
inestimável e enraizado, que é a capa<strong>cidade</strong> de poder fazer conviver se não junto,<br />
mas próximo, o passado e o presente. Esta parceria é que faz dele um espaço<br />
diferencial da <strong>cidade</strong> (...) passado e presente, preservação e renovação, cultura e<br />
turismo, lazer e negócios podem e devem conviver entre si e, melhor, juntos<br />
produzirem riqueza, trabalho, desenvolvimento econômico e social, (...) ou seja, uma<br />
nova cultura para as <strong>cidade</strong>s (PINHEIRO, op.cit., p.5).<br />
3.2. IDEOLOGIA E PLANEJAMENTO: as novas atividades culturais<br />
A abertura deste tópico é pautada pelo seguinte questio<strong>na</strong>mento: qual a importância<br />
cultural e simbólica do Centro no fenômeno da “venda dos lugares”?<br />
As políticas culturais 314 presentes <strong>na</strong>s tendências de intervenção urba<strong>na</strong> estariam<br />
contribuindo para o incremento das atividades econômicas <strong>na</strong> <strong>cidade</strong> do Rio de Janeiro,<br />
embasadas <strong>na</strong> “combi<strong>na</strong>ção de recursos patrimoniais e econômicos” 315 . O Turismo Cultural<br />
possui capa<strong>cidade</strong> de gerar fluxos intensos e promover interações no espaço, representando<br />
312 Em conjunto com outras entidades formam “as coalizões locais, reunidas em torno a um projeto de <strong>cidade</strong>”<br />
(SÁNCHEZ, 2003, p.548). Em nota, a autora faz referência “aos grandes interesses em jogo nos atuais processos<br />
de reestruturação urba<strong>na</strong> ligados, por exemplo, aos setores do turismo, transporte, capital imobiliário,<br />
telecomunicações, concessionárias de serviços” (p.491). Como exemplos de iniciativas da gestão urba<strong>na</strong><br />
municipal assi<strong>na</strong>lam-se “o projeto da Praça XV, já fi<strong>na</strong>lizado, além de outros em curso, como a revitalização da<br />
Área Portuária, do morro da Conceição, o projeto do Teleporto, o projeto de revitalização do corredor viário<br />
formado pelas ruas Estácio de Sá, Salvador de Sá e Mem de Sá (Projeto SA’S), o projeto de revitalização da<br />
Praça Tiradentes e o projeto do Distrito Cultural da Lapa. Excetuando-se esse último, proposto pelo poder<br />
público estadual” (SILVEIRA, 2004, p.78).<br />
313<br />
Ibid., p.548.<br />
314 Silveira (2004) traz um excelente debate sobre tendências da intervenção urba<strong>na</strong>, enfatizando a relação entre<br />
as políticas culturais & planejamento urbanístico.<br />
315<br />
MESENTIER, s/d.