rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ
rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ
rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
178<br />
especializações de determi<strong>na</strong>das áreas e <strong>na</strong> perda de importância relativa do espaço central em<br />
relação ao conjunto da estrutura urba<strong>na</strong>.<br />
Os processos históricos a<strong>na</strong>lisados revelaram a obsolescência da Área Central e a<br />
promoção de novos centros e frentes imobiliárias por parte de estratégias privadas associadas<br />
às políticas públicas, ao longo das décadas de 1970/80. Desta forma, verificou-se que o<br />
Centro deixou de ser o principal referencial simbólico de “vida urba<strong>na</strong>”, ou seja, sua<br />
participação nos processos da estrutura social, incluindo a vida econômica, a vida política e a<br />
cultural perde importância no contexto contemporâneo.<br />
Entretanto, ao avaliar a dinâmica que se instalou no Centro no período mencio<strong>na</strong>do é<br />
excepcio<strong>na</strong>l perceber a dialeti<strong>cidade</strong> dos seus contornos históricos. Notadamente, novos<br />
debates sobre os conceitos e conotações de centro e <strong>centralidade</strong> surgem, tanto por parte do<br />
poder público quanto por atores privados e pela “academia”. Logo, após o intenso debate<br />
sobre a crise urba<strong>na</strong> (econômico-fiscal) que se abateu sobre as <strong>cidade</strong>s <strong>na</strong>s décadas de<br />
1970/80, há o surgimento de outras temáticas que envolvem ações, políticas e representações<br />
em torno do movimento de reversão da “decadência”, ou seja, do “re<strong>na</strong>scimento” do centro.<br />
Deste modo, ao indagar-se inicialmente quanto a uma possível perda da capa<strong>cidade</strong> de<br />
atração de fluxos e de hierarquização do território por parte do Centro Principal em relação às<br />
outras <strong>centralidade</strong>s, constatou-se um processo de re-significação fruto da articulação entre<br />
cultura, relações de poder e atores sociais que participam do processo de retomada do centro<br />
inserido <strong>na</strong> dinâmica metropolita<strong>na</strong> como fator de competitividade inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l nos últimos<br />
vinte anos.<br />
Assi<strong>na</strong>la-se, portanto, o discurso da “volta ao Centro” que atribui um novo papel e<br />
sentido para a <strong>centralidade</strong> urba<strong>na</strong>. As políticas de reabilitação implementadas pelo Poder<br />
Público e setor privado pressupõem uma “nova urbanização”, entendida como readaptação da<br />
<strong>cidade</strong> tradicio<strong>na</strong>l ao que determi<strong>na</strong>dos atores aceitam como central, nisto, implicam-se<br />
movimentos de (re)centralização de algumas atividades, incluindo a moradia, lazer, ensino,<br />
comércio de luxo, serviços corporativos avançados, etc.<br />
Coube à dissertação questio<strong>na</strong>r a real <strong>na</strong>tureza desta recentralização levando-se em<br />
consideração os atores (fi<strong>na</strong>nceiro, empresariado imobiliário e de comércio e serviços) que<br />
rearticulam a mesma; os novos investimentos em cultura, fi<strong>na</strong>nceiro e gestão de negócios; e o<br />
papel da cultura <strong>na</strong> reconfiguração recente de áreas centrais. Interessou salientar a relação<br />
entre a “nova urbanização” e as estratégias “gentrificadoras” de apropriação do espaço e,<br />
logo, indagar acerca do sentido do processo de refuncio<strong>na</strong>lização que caracteriza a “volta ao<br />
centro”, presente <strong>na</strong> reutilização de edificações restauradas e com novos usos voltados para o