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rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ

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mundial de revalorização dos espaços centrais das grandes <strong>cidade</strong>s, é representado como o<br />

lugar privilegiado de tradição e memória histórica e cultural, tanto pela mídia, quanto pelo<br />

poder público e associações comerciais e de moradores. Tal ideal de revalorização orienta<br />

uma série de políticas ligadas ao turismo cultural, bem como a implantação de novas<br />

atividades de comércio e serviços. Logo, verificamos a afirmação e criação de <strong>centralidade</strong>s<br />

<strong>na</strong> área central no sentido de configurar plataformas de enunciação de valores consumistas<br />

globais.<br />

Mas no que constituiria essa re-significação de determi<strong>na</strong>dos espaços da <strong>cidade</strong>? Sob<br />

esta perspectiva identificam-se os trabalhos de arquitetas-urbanistas e sociólogas, tais como<br />

Silveira (2004), Arantes (2000 e 2002), Compans (2004), Motta (2000), Sánchez (2003),<br />

Zukin (2000 e 2003), Bidou-Zachariasen (2006), entre tantos outros autores, que trabalham a<br />

articulação entre cultura, relações de poder e atores sociais que participam do processo de<br />

retomada do centro. São estudadas temáticas que envolvem ações, políticas e representações<br />

em torno do movimento de reversão da “decadência”, ou seja, do “re<strong>na</strong>scimento” do centro.<br />

Tais autores, em geral, apontam o contexto de um ideário urbano pautado numa agenda global<br />

de reconversão de áreas centrais. E partem do pressuposto que esse processo é inserido <strong>na</strong><br />

dinâmica metropolita<strong>na</strong> como fator de competitividade inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l nos últimos vinte anos.<br />

Seguindo o aporte de Arantes 52 , Silveira apresenta “o debate sobre centro, lugar<br />

público e espaço público”, articulando-o num “panorama da institucio<strong>na</strong>lização da temática<br />

preservacionista, relacio<strong>na</strong>do à concepção renovadora das intervenções urba<strong>na</strong>s”. Neste<br />

diálogo resgatam-se “algumas idéias de urbanistas reformistas, do início dos anos 1950, que<br />

preconizavam a concepção de <strong>cidade</strong> como lugar de encontro, dotada de um único core”. A<br />

autora aponta esta visão como “precursora dos debates recentes sobre os centros das <strong>cidade</strong>s”<br />

e que teve como principal foco questio<strong>na</strong>r a <strong>cidade</strong> funcio<strong>na</strong>l defendida pela “concepção<br />

modernista sintetizada <strong>na</strong> Carta de Ate<strong>na</strong>s, de 1942” 53 .<br />

Silveira traz o debate sobre as formas de urbanização orientadas e discutidas por<br />

diferentes órgãos ligados ao planejamento urbano nos países centrais, a partir de meados do<br />

Século XX e, principalmente, reflete sobre os atuais padrões urbanísticos norteados por<br />

políticas urbano-culturais.<br />

52 ARANTES, Otília. A Ideologia do lugar público <strong>na</strong> arquitetura contemporânea. In: ______. O lugar da<br />

arquitetura depois dos modernos. São Paulo: Edusp; Studio Nobel, 1993. p. 97-155.<br />

53 SILVEIRA, op.cit., p.29.

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