05.03.2014 Views

rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ

rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ

rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

29<br />

outros homens, <strong>na</strong> medida em que transforma a <strong>na</strong>tureza para satisfazer suas necessidades<br />

básicas e, nesse processo, cria novas necessidades que o transformam também. Portanto,<br />

material e dialeticamente, os processos sociais transformam a realidade social historicamente,<br />

ao passo que essa dinâmica também os determi<strong>na</strong>.<br />

A estrutura metropolita<strong>na</strong> expressa a complexidade da organização espacial criada<br />

como condição para a manutenção dos processos sociais inerentes à reprodução do sistema<br />

capitalista contemporâneo. Além de “fragmentado e articulado, reflexo e condicio<strong>na</strong>nte social,<br />

o espaço urbano é também o lugar onde os diferentes grupos sociais vivem e se<br />

reproduzem” 28 , apropriando-se dele e atribuindo-lhe valores ligados ao cotidiano e ao futuro.<br />

O espaço se tor<strong>na</strong> desta maneira um campo simbólico com dimensões e significados variáveis,<br />

posto que a sua fragmentação e articulação, o seu caráter de reflexo e condição social, são<br />

vivenciados, bem como valorados diferenciadamente pelos grupos sociais 29 .<br />

De acordo com a lógica capitalista, as diferentes classes e grupos sociais se apropriam<br />

diferentemente das condições de existência e reprodução social no espaço urbano capitalista, e<br />

sua conscientização quanto à essa situação de desigualdade projetada <strong>na</strong>s formas espaciais o<br />

converte também em um campo de lutas sociais 30 .<br />

Deste modo, a estrutura intra-urba<strong>na</strong> se constitui por uma extrema mobilidade e<br />

desigualdade social e uma capa<strong>cidade</strong> complexa de mutabilidade em ritmos e <strong>na</strong>tureza<br />

distintos a fim de promover as condições para a reprodução da dinâmica de acumulação de<br />

capital e da força de trabalho.<br />

O mosaico urbano reflete, portanto, a diferenciação do espaço em forma e conteúdo e<br />

traduz as mudanças ocorridas <strong>na</strong> organização social ao longo do tempo. É possível perceber as<br />

diferentes temporalidades cristalizadas no espaço, transformações e permanências<br />

acumulando-se <strong>na</strong> paisagem urba<strong>na</strong>, fruto da ação dos agentes com seus diferentes tempos e<br />

lógicas de atuação. Assim, a estrutura inter<strong>na</strong> das <strong>cidade</strong>s mostra-se conjuntamente reflexo de<br />

ações que se realizam presentemente quanto das já realizadas – todas deixando as suas marcas<br />

no presente.<br />

O par conceitual representante dos processos de fragmentação/articulação espacial,<br />

definidos por Corrêa, manifesta uma “luta de tendências” entre as forças de inércia que<br />

28 CORRÊA, op.cit., p.150.<br />

29 CORRÊA, loc.cit.<br />

30 Ibid.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!