rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ
rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ
rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
171<br />
Segundo Figueiredo (2000), a partir da década de 1990, iniciou-se “um processo de<br />
privatização sem precedentes do ensino no país”. A educação tor<strong>na</strong>-se um “grande negócio”<br />
legitimado pelo Estado que se desresponsabiliza das reais necessidades da sociedade.<br />
No Brasil, <strong>na</strong> década de noventa, a reforma educacio<strong>na</strong>l através da Lei de Diretrizes<br />
e Bases (LDB) para a educação <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l e do Plano Nacio<strong>na</strong>l de Educação (PNE),<br />
apresentou-se numa perspectiva de dar forma às políticas neoliberais, caracterizadas<br />
principalmente pela privatização, entendendo esta como a entrada desenfreada de<br />
recursos não-públicos para manter as atividades próprias da universidade. (...) Nunca<br />
<strong>na</strong> história do país foram abertas tantas universidades particulares como nos anos 80<br />
e 90, bem como, praticada a isenção fiscal para empresário da educação<br />
(FIGUEIREDO, loc.cit.).<br />
Silva Jr. & Sguissardi (2001) trazem importantes esclarecimentos acerca do “processo<br />
de reforma e reconfiguração do sistema de educação superior no Brasil, tanto público como<br />
privado” 378 . As mudanças nesta esfera social segundo a lógica do mercado estariam inseridas<br />
num movimento mais amplo de transformações “<strong>na</strong> economia (base produtiva) e <strong>na</strong><br />
reconfiguração do Estado”, ou seja, no movimento de passagem do regime de acumulação<br />
fordista para flexível “(mundialização do capital, fi<strong>na</strong>nceirização, desemprego,<br />
desregulamentação da economia, etc.)” e da reestruturação ou diminuição do Estado, “que se<br />
apresenta contraditoriamente como privatização do Estado e como um processo de<br />
desconcentração e maior controle sobre todos os setores da economia e dos serviços do<br />
Estado (Saúde, Educação, etc.)”.<br />
Tais mudanças político-econômicas levaram à intensificação da tendência que se<br />
verificava desde os governos militares acerca da privatização do ensino superior, apontada no<br />
aumento gradativo das matrículas nesta rede de ensino: verifica-se, portanto, desde a década<br />
de 1990, uma “mudança de concepção do saber como bem coletivo para bem<br />
particular/privado que conduz ao conceito de mercantilização do saber e da educação” 379 .<br />
Fatores internos referentes à micro-localização:<br />
O processo de “esvaziamento” do Centro proporcio<strong>na</strong>do pela “fuga” das empresas –<br />
sedes administrativas, escritórios, hospitais e consultórios – para outras <strong>centralidade</strong>s<br />
municipais e <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is, devido aos altos valores dos aluguéis e condomínio, à defasagem de<br />
378<br />
SILVA JR.; SGUISSARDI, op.cit., p.19.<br />
379<br />
Ibid., p.19-20.