05.03.2014 Views

rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ

rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ

rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

52<br />

poder de decisão; é também área de grande acessibilidade e expressão do nível mais<br />

alto da hierarquia simbólica da <strong>cidade</strong> 91 .<br />

O centro urbano pode ser compreendido como conteúdo social e local geográfico <strong>na</strong><br />

medida em que exprime as forças sociais em ação e a estrutura da dinâmica inter<strong>na</strong> da<br />

<strong>cidade</strong> 92 . Logo, é um “território capaz de identificar a sociedade como um todo – ainda que de<br />

maneira altamente ideológica”. A percepção do que a sociedade aceita como central é um<br />

processo simbólico, mas também físico, e tal atributo se relacio<strong>na</strong> a uma “área diferenciada e<br />

permanente que identifica e hierarquiza a <strong>cidade</strong>” 93 .<br />

Embora a <strong>centralidade</strong> não seja uma característica física, sua manifestação se dá no<br />

território de forma física, a partir da inter-relação que cada uma das partes do<br />

território tem, por um lado, com o padrão referencial, ou seja, o Centro, e, por outro,<br />

a relação que esse Centro e os outros centros possuem com o território. Essas<br />

relações não ape<strong>na</strong>s fazem parte da <strong>centralidade</strong>, são a própria <strong>centralidade</strong><br />

(TOURINHO, op.cit., p.290).<br />

Segundo Tourinho, a <strong>centralidade</strong> do Centro não é ape<strong>na</strong>s <strong>centralidade</strong> operativa ou<br />

funcio<strong>na</strong>l, ou seja, não está relacio<strong>na</strong>da ape<strong>na</strong>s às atividades que nele se desenvolvem. Ela é<br />

também representativa no que se refere “à qualidade dos fenômenos que ocorrem no Centro<br />

e, por extensão, nos centros” 94 .<br />

Centro caracteriza-se como um espaço qualificado, não só do ponto de vista<br />

funcio<strong>na</strong>l, mas principalmente por seus aspectos simbólicos e formais que têm, <strong>na</strong><br />

força de sua continuidade temporal e <strong>na</strong> permanência de seus espaços coletivos, a<br />

capa<strong>cidade</strong> de evocar uma imagem que o identifica, por antonomásia, com a ‘a<br />

Cidade’ (Ibid., p.280).<br />

O Centro é fruto da acumulação de tempos, logo, se apresenta como o lugar de<br />

resistência em relação aos objetos materiais socialmente construídos. Este “Grau de Dureza”,<br />

correspondente ao tempo de permanência dos objetos urbanos, interfere <strong>na</strong> sua propriedade,<br />

uso e ocupação e apropriação simbólica 95 .<br />

91 CASTELLS, 1975 apud SANTOS, 2001, p.39. CASTELLS, Manuel. Advanced capitails, colective<br />

consuption and urban contradictions. In: L. Lindenberg et al. Stress ans constradictions in modern capitalism.<br />

Lexington : D.C. Heath, 1975.<br />

92 CASTELLS, loc.cit.<br />

93 TOURINHO, op.cit.,p.287.<br />

94 Ibid., p.290.<br />

95 Ibid.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!