rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ
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Pinheiro propõe uma união de forças entre o poder público e o setor privado, e o<br />
aprendizado com os “nossos vizinhos do Norte do continente (...) [a fim de] redescobrir o<br />
valor econômico das regiões centrais. Os mais de mil BIDs são prova disto”. Hoje, como atual<br />
secretário de Urbanismo, sua posição em defesa do modelo do BID é fundamental para as<br />
parcerias público-privadas.<br />
Voltar o olhar para as áreas centrais das grandes <strong>cidade</strong>s é sem dúvida essencial.<br />
Após quase um século de desatenção, este olhar tor<strong>na</strong>-se fundamental, não ape<strong>na</strong>s<br />
pela alta carga simbólica que elas detêm, de portadoras da memória histórica,<br />
sentimental e cultural, mas principalmente pelo que elas poderão, no caso de<br />
repensadas, representar para a economia e o desenvolvimento das <strong>cidade</strong>s. (...) Há<br />
que se pensar nos altos investimentos em infra-estrutura efetuados ao longo do<br />
tempo, dotando-as de grande acessibilidade e potencialidade econômica. (...) os<br />
centros históricos (...) representam [um] locus simbólico (...). Não é possível hoje,<br />
por exemplo, pensar <strong>na</strong> indústria do turismo e do entretenimento sem se cogitar<br />
prioritariamente das áreas centrais, pois é ali que se encontram os teatros, as<br />
bibliotecas e os museus e centros culturais mais importantes, os parques mais<br />
antigos, muitos hotéis, os grandes edifícios, os portos, as sedes de firmas de<br />
importação e exportação, as bolsas de valores, os estabelecimentos judiciais,<br />
inúmeros restaurantes e, principalmente (o que temos comumente esquecido) os<br />
principais locais de se fechar negócios. (...) estou escrevendo (...) para aqueles que<br />
queiram partilhar com seus pares cariocas do Centro o esforço em torná-lo uma área<br />
mais cuidada, e para os que, com a sabedoria de descobrir e aproveitar novas<br />
oportunidades de investimentos que lhes é inerente, queiram aprender com seus<br />
colegas, empresários americanos, a ver no seu próprio Downtown uma boa e salutar<br />
forma de não ape<strong>na</strong>s não perder dinheiro, mas de ganhá-lo. Por que não criar um<br />
BID carioca? Aceitam-se adesões e contribuições para começar o novo milênio no<br />
Centro do Rio (ibid.).<br />
A ACRJ acredita que para melhorar “o ambiente de negócios e alavancar o<br />
desenvolvimento da <strong>cidade</strong>” necessita-se de um “bom ambiente, seguro e com respeito à lei;<br />
com eqüidade das condições de competição e com regras formais para o funcio<strong>na</strong>mento da<br />
economia”, e, neste sentido, “o poder público não será capaz sozinho de reverter essa<br />
situação” 344 .<br />
O sistema BID teve origem em Nova Iorque nos anos 70 onde atualmente atuam 59<br />
BIDs, com orçamentos que variam de US$53.000 anuais até US$11 millhões anuais.<br />
[Surgiu] com a concorrência dos shoppings – que ofereciam melhores condições de<br />
limpeza, estacio<strong>na</strong>mento e segurança ao cliente. (...) Cada BID é uma empresa<br />
privada sem fins lucrativos, que reúne comerciantes de uma determi<strong>na</strong>da área (um<br />
quarteirão, por exemplo) dispostos a pagar uma contribuição específica para<br />
promover melhorias em seu entorno, principalmente no que diz respeito a serviços<br />
complementares, como os de limpeza e segurança, além de ações sociais no sentido<br />
de resolver questões como a dos sem-teto 345 .<br />
344 Fala do assessor da presidência da ACRJ, Rei<strong>na</strong>ldo de Souza e Silva Cardoso, em entrevista realizada em<br />
junho de 2008.<br />
345 Informações apresentadas <strong>na</strong> matéria intitulada “NOVO fôlego para o Centro”, do jor<strong>na</strong>l O Globo, em<br />
23/12/2007.