rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ
rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ
rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
110<br />
de uso e da configuração populacio<strong>na</strong>l do centro.<br />
Segundo as conclusões de Duarte (1974), apesar das profundas modificações<br />
verificadas <strong>na</strong> sua estrutura comercial como a popularização e especialização em<br />
determi<strong>na</strong>dos produtos, a área central não estaria em decadência. Na opinião da autora, “a<br />
expansão do comércio dos subcentros não impede que o comércio da área central se<br />
desenvolva”, o que teria acontecido seria uma “mudança da estrutura do comércio desta<br />
área” 230 .<br />
Paralelamente à expansão urba<strong>na</strong> do Rio de Janeiro, tem-se o desenvolvimento de São<br />
Paulo e a consolidação da sua primazia urbano-industrial dentro do contexto brasileiro. O<br />
projeto de desenvolvimento econômico <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, calcado <strong>na</strong> “substituição de importações” 231 ,<br />
em pleno contexto do entre guerras, acabou favorecendo o empresariado paulista e a sua<br />
acumulação de capital fruto da produção cafeeira. Tor<strong>na</strong>-se relevante a compreensão do<br />
processo que levou à supremacia de São Paulo no cenário <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, a partir do último quartel<br />
do Século XIX, e a sua consolidação como centro dinâmico de toda a economia brasileira ao<br />
longo do Século XX.<br />
A gênese do capitalismo no Brasil em território paulista se caracterizou dinâmica e<br />
complexa devido ao estabelecimento das relações café-indústria 232 . Assim, segundo Natal<br />
(2005), desde o século XIX, “os diferenciais da estrutura produtiva e de produtividade, e os<br />
encadeamentos dinâmicos estabelecidos <strong>na</strong> economia paulista avançam, deixando ‘<strong>na</strong> poeira<br />
da estrada’ a até então economia mais moder<strong>na</strong> do país, a da antiga capital do país” 233 . A<br />
supremacia da indústria paulista é apontada por Santos (2001) da seguinte forma:<br />
A partir da década 1930, encontra-se no Sul uma indústria importante. São Paulo<br />
tornou-se uma grande metrópole industrial, onde estavam presentes todos os tipos de<br />
fabricação. (...) A partir de 1945 e 1950 a indústria brasileira ganha novo ímpeto e<br />
São Paulo se afirma como a grande metrópole fabril do país. (...) O Rio fora larga o<br />
longamente beneficiado pela sua função política. Capital do país durante quase dois<br />
séculos, pôde tor<strong>na</strong>r-se uma metrópole política e econômica. Mas o<br />
desenvolvimento industrial de São Paulo fez <strong>na</strong>scer uma nova metrópole econômica<br />
para o Brasil, uma metrópole de outra <strong>na</strong>tureza. (...) pois é a localização em São<br />
Paulo das indústrias mais dinâmicas que reduz a importância relativa do Rio de<br />
Janeiro (...) A função metropolita<strong>na</strong> cabe, doravante, a São Paulo. O desequilíbrio<br />
entre a estrutura industrial do Rio e a de São Paulo afirma-se realmente quando a<br />
indústria paulista conhece um diversificação e a do Rio de Janeiro deixa de seguir<br />
esse caminho. A formação de capital <strong>na</strong> região de São Paulo é um dos fatores dessa<br />
diversificação (SANTOS, 2001, p.42-5).<br />
230 DUARTE, 1974, p.87.<br />
231 TAVARES, Maria da Conceição. Da substituição de importações ao capitalismo fi<strong>na</strong>nceiro: ensaios sobre<br />
economia brasileira. Rio de Janeiro: Zahar, 1972.<br />
232 NATAL, 2005.<br />
233 Ibid., p.34.