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rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ

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98<br />

relacio<strong>na</strong>m à produção de mais-valia, e sem a reprodução social do trabalhador não há<br />

reprodução da força de trabalho. Como o salário atende ape<strong>na</strong>s as necessidades básicas de<br />

reprodução da força de trabalho, o Estado e o planejamento urbano desempenham papéis<br />

importantes <strong>na</strong> mediação capital-trabalho, ou seja, <strong>na</strong> mediação do “nível de consumo”. A<br />

dotação de serviços de infra-estrutura e equipamentos sociais coletivos tem atuado como<br />

“salário indireto”, contribuindo para a segurança do processo de acumulação de capital.<br />

Portanto, fica clara a percepção de que a intervenção estatal atua no sentido de aliviar<br />

as tensões e favorecer determi<strong>na</strong>dos grupos. O Estado capitalista “socializador” passa a ser<br />

constrangido pelo capital, e é nesse contexto que a “<strong>cidade</strong> econômica”, resultante de uma<br />

“urbanização corporativa” que privilegia o crescimento econômico sob o comando dos<br />

interesses das grandes firmas se desenvolve e ganha destaque <strong>na</strong> constituição do espaço<br />

urbano brasileiro.<br />

Segundo Ribeiro & Cardoso (1996), a partir da década de 1950, o urbano é visto como<br />

questão do desenvolvimento. No âmbito do planejamento urbano há a dominância de um<br />

tecno-burocratismo desenvolvimentista por atuação sistemática de órgãos federais como o<br />

Seviço Federal de Habitação (SERFHAU) e o Conselho Nacio<strong>na</strong>l de Desenvolvimento<br />

Urbano (CNDU).<br />

O objetivismo tecnocrático agora predomi<strong>na</strong> <strong>na</strong> formulação da questão urba<strong>na</strong>, a<br />

serviço do <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l-desenvolvimentismo. O projeto de constituição da <strong>na</strong>ção<br />

desloca-se para o eixo econômico. Essa ideologia consegue, todavia, articular esse<br />

projeto com uma prática de modernização acelerada baseada <strong>na</strong> inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lização<br />

da economia (RIBEIRO; CARDOSO, 1996, p.65).<br />

Esse padrão de planejamento se constrói por uma importação de idéias que configuram<br />

“propostas de racio<strong>na</strong>lização administrativa desenvolvidas principalmente pelo planning<br />

americano, e as idéias desenvolvidas no âmbito da geografia huma<strong>na</strong>, principalmente em sua<br />

vertente francesa” 210 .<br />

Segundo Feldman (1997), o pós-segunda guerra mundial se caracteriza como o<br />

momento no qual se tem o “boom imobiliário” - o “boom do século”, representando uma<br />

expressividade da construção civil, e caracterizando um intenso processo de verticalização das<br />

<strong>cidade</strong>s brasileiras. Logo, era também necessária uma nova forma de orde<strong>na</strong>r e reformar a<br />

<strong>cidade</strong> de modo a desti<strong>na</strong>r as atividades realizadas em lugares “apropriados”. Neste contexto,<br />

houve a difusão do zoneamento norte-americano que se caracteriza como um conjunto de leis<br />

210<br />

RIBEIRO; CARDOSO, op.cit., p.68.

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