rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ
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O Centro revela-se um espaço especializado, multifuncio<strong>na</strong>l, heterogêneo, segregado,<br />
fragmentado e conflituoso. Sua diferenciação <strong>na</strong> estrutura urba<strong>na</strong> também se dá como “espaço<br />
complexo (histórico, arquitetônico, urbanístico, legal, político, social, econômico, simbólico,<br />
residual, não domi<strong>na</strong>do, diverso), caracterizando-se como um espaço de difícil apropriação” 87 ,<br />
o que “desagrada” a atuação do capital (imobiliário e fi<strong>na</strong>nceiro) e do setor público.<br />
Assim, as formas de articulação deste espaço fragmentado também são dinâmicas e<br />
seguem lógicas diferentes ao longo do tempo, redefinindo-se por meio de processos espaciais<br />
de continuidade/mudança, concentração/dispersão e de centralização/ descentralização 88 .<br />
Logo, como contraponto à abordagem estática da ecologia huma<strong>na</strong>, percebe-se que...<br />
o centro não está necessariamente no centro geográfico, e nem sempre ocupa o sítio<br />
histórico onde esta <strong>cidade</strong> se originou, ele é antes de tudo ponto de<br />
convergência/divergência, é o nó do sistema de circulação, é o lugar para onde todos<br />
se dirigem para algumas atividades e, em contrapartida, é o ponto de onde todos se<br />
deslocam para a interação destas atividades aí localizadas, assim, o centro pode ser<br />
qualificado como integrador e dispersor ao mesmo tempo (SPÓSITO, 1991 89 apud<br />
SOUZA, op.cit.).<br />
O lugar central deixa de ter sentido no contexto urbano contemporâneo devido ao<br />
surgimento de outras áreas que absorveram atributos do centro ocasio<strong>na</strong>do pelo crescimento<br />
da <strong>cidade</strong> e, conseqüente, processo de “esvaziamento” da área central. No entanto, permanece<br />
ainda <strong>na</strong> maioria dos casos, pelo menos <strong>na</strong> realidade brasileira, a idéia de referência a um<br />
centro histórico/tradicio<strong>na</strong>l.<br />
Desta forma, simbolicamente, a <strong>centralidade</strong> representaria ponto de origem, poder de<br />
irradiação e descentralização de fluxos, pois, traz o sentido de “elo urbano”, “um lugar<br />
coletivo exterior” 90 que promove condições para formação da <strong>cidade</strong>. O Centro pode ser<br />
representado por um ponto ou conjunto de pontos “de consumo, de comando, de reunião, de<br />
trabalho, de lazer, de intercâmbio, de cultura etc.”, que geram <strong>centralidade</strong> e produzem fluxos<br />
que partem ou chegam nesses pontos para o território da metrópole.<br />
Os centros urbanos são a expressão da coorde<strong>na</strong>ção das atividades sociais<br />
espacializadas além de concentrador de atividades, de recursos econômicos e de<br />
87 TOURINHO, op.cit., p.281.<br />
88 SANTOS, 2001.<br />
89 SPOSITO, Maria Encar<strong>na</strong>ção Beltrão. O Centro e as formas de expressão da <strong>centralidade</strong> urba<strong>na</strong>. Revista de<br />
Geografia, Presidente Prudente, v.10, p. 1-18, 1991.<br />
90 TOURINHO, op.cit., p.291