rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ
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telecomunicações entre outros fatores, acabaram por orientar um significativo<br />
movimento das grandes empresas <strong>na</strong> direção da Barra, deixando para trás instalações<br />
<strong>na</strong> área central ou em outros bairros da <strong>cidade</strong>. Um amplo diferencial de inovações<br />
contido e valorizado <strong>na</strong> localização passou a ser utilizado tanto nos condomínios<br />
fechados, juntando trabalho e moradia <strong>na</strong> forma dos home offices, quanto nos<br />
complexos de escritórios, os park offices, a mais atual indicação de uso da área. [...]<br />
A i<strong>na</strong>uguração da Linha Amarela, em 24 de novembro de 1997, tornou possível<br />
conectar Barra com a avenida Brasil e aeroporto em teóricos 20 minutos, uma vez<br />
que nos dias de sol não é fácil afirmar quanto tempo leva a parte norte da <strong>cidade</strong><br />
para chegar à praia ou dela voltar. De qualquer modo, a acessibilidade da Barra foi<br />
tremendamente ampliada, acelerando progressivamente o processo de urbanização.<br />
Como lema ou jargão da época alia-se o padrão de alta qualidade dos serviços<br />
oferecidos <strong>na</strong>s edificações ao clima ameno e agradável da paisagem local (Ibid.,<br />
p.201-2).<br />
Seguindo a lógica das grandes incorporadoras em considerar a Barra um futuro<br />
“Centro da Inteligência <strong>na</strong> metrópole do Rio de Janeiro” 131 , houve <strong>na</strong> última década a saída<br />
dos “seus antigos endereços no centro migrando em direção à Barra da Tijuca” 132 por parte de<br />
empresas, escritórios e consultórios dos ramos ligados à saúde (planos de saúde, clínicas,<br />
hospitais e consultórios médicos e dentários) e ao setor imobiliário (incorporadoras e<br />
escritórios de arquitetura).<br />
Concomitante à formação de <strong>centralidade</strong>s outras, a área central passou por um<br />
período de intensa decadência econômica e obsolescência de vários de seus espaços, como já<br />
pode ser observado no quadro histórico apresentado. No entanto, desde os anos de 1980,<br />
seguindo uma tendência mundial de renovação das áreas centrais, há o surgimento de políticas<br />
urba<strong>na</strong>s envolvidas <strong>na</strong> “revitalização” do centro da <strong>cidade</strong> do Rio de Janeiro, estando<br />
associadas à promoção econômica da <strong>cidade</strong> e à valorização dos espaços de oferta cultural<br />
para atrair investimentos empresarias.<br />
No último quartel do século passado, seguindo uma tendência contemporânea de<br />
<strong>cidade</strong>s européias e norte-america<strong>na</strong>s, desencadearam-se (...) <strong>na</strong> <strong>cidade</strong> do Rio de<br />
Janeiro (...), além de algumas ações de “preservação” urba<strong>na</strong>, ações localizadas em<br />
determi<strong>na</strong>dos trechos, denomi<strong>na</strong>das intervenções “pontuais” ou de infill, de<br />
“reciclagem”, de “requalificação” e de “reabilitação” dos espaços intersticiais das<br />
<strong>cidade</strong>s contemporâneas. De acordo com essa modalidade de intervenção, atividades<br />
comerciais, residenciais, de serviços, de entretenimento e de cultura passaram a<br />
ocupar espaços anteriormente ‘degradados’ pelo afastamento de alguns usos<br />
hegemônicos, substituídos gradativamente por atividades comerciais e residenciais<br />
populares ou margi<strong>na</strong>lizadas (SILVEIRA, op.cit., p. 77).<br />
131 Nomeclatura atribuída à Barra da Tijuca pela empresa Carvalho Hosken S.A. e apresentada por Rabha<br />
(2006, p.202). CARVALHO HOSKEN S A. Engenharia e Construções. Barra da Tijuca, ano 2000: Trajetória<br />
para o Terceiro Milênio. Rio de Janeiro: A entidade, 1996, p.45; id., 2005, p.52<br />
132 Rabha (2006) sobre nota divulgada pela mídia ( p.202).